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D. Mauro Morelli volta a criticar o Fome Zero

Por Agencia Estado
Atualização:

O Bispo de Nova Iguaçu, D. Mauro Morelli, voltou hoje a tecer duras críticas ao programa Fome Zero e à execução de políticas sociais do atual governo. "Pelo que foi divulgado até esses dias, aquelas propostas de campanha não estão significando nada", disse D.Mauro, depois de participar, durante todo o dia, de um debate na Procuradoria Geral da República sobre programas de segurança alimentar. A Procuradoria instaurou hoje um inquérito civil público que terá por objetivo monitorar as políticas públicas e a aplicação de recursos públicos federais destinados à efetiva realização do direito humano a alimentação adequada. "Estou profundamente incomodado com o que estou sentindo nos últimos dias. Os meses se passam e a que ponto chegamos na área social? Pois a execução orçamentária foi zero", desabafou D.Mauro na palestra aos procuradores, acentuando que sequer o Ministério Extraordinário para Segurança Alimentar e Combate à Fome existe. "Procure na Medida Provisória 103 (que criou a nova estrutura de governo). Não existe Ministério da Segurança Alimentar algum e se alguém encontrar eu dou meu pescoço para cortar", prosseguiu ele. D. Mauro falou ontem à tarde no encontro. Pela manhã, ele esteve ao lado do ministro de Segurança Alimentar, José Graziano, compondo a mesa no mesmo debate. Para ele, ministro extraordinário ?é a coisa mais precária da República". E acrescentou: "ministro extraordinário significa que o governo tem um abacaxi imenso para descascar, não tem clareza de qual o processo para fazer isso e encarrega um infeliz que tem a tarefa - não é em quatro anos, porque é impossível ser em quatro anos - que é inadiável, urgente, de encontrar uma proposta de equacionar o problema que a todos aflige e perturba". O ministro Graziano preferiu não responder às críticas, alegando que não as ouvira e lembrou, por meio de sua assessoria que, pela manhã, o clima entre os dois havia sido o mais amigável possível. O bispo, que há anos dirige conselhos que trabalham no combate à fome, condenou também a forma de divulgação das ações de governo, e disse ter "tomado um susto" quando, nesta semana, soube que a campanha de doação de dinheiro ao programa Fome Zero não chegou nem a R$ 800 mil.

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