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CUT mira eleições e divide 1º de Maio em 4 cidades

Por Anne Warth
Atualização:

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) decidiu fragmentar a comemoração do Dia Mundial do Trabalho, em 1º de maio, em quatro locais de interesse estratégico para as eleições municipais: São Paulo, São Bernardo do Campo, no Grande ABC (SP), Osasco e Guarulhos, na Grande São Paulo. As duas últimas cidades, respectivamente, administradas pelos prefeitos Emídio de Souza (PT) e Eloi Pietá (PT), contribuirão com parte do orçamento dos eventos. Em São Bernardo do Campo, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e outras entidades bancarão a infra-estrutura da comemoração. Nesses três municípios, à CUT caberá o pagamento dos artistas. Por esse motivo, o custo da festa neste ano ficará quase igual ao de 2007, quando apenas uma grande celebração ocorreu no centro da capital paulista - R$ 2,5 milhões. Anos depois de ter deixado o Grande ABC, a central voltará a ocupar o Paço Municipal de São Bernardo do Campo, tradicional palco de manifestações de metalúrgicos durante a ditadura militar. Há exatos 30 anos, os trabalhadores da Scania fizeram a primeira de uma série de greves que marcaram o fim da década de 1970 e início de 1980. Embora diversas autoridades sejam convidadas para o festejo, a presença do ministro da Previdência Social, Luiz Marinho, está perto de ser confirmada, uma vez que ele, que também foi presidente da CUT, é o provável candidato do PT a prefeito de São Bernardo do Campo. O presidente estadual da CUT, Edílson de Paula, nega que a festividade será usada para a candidatura de Marinho. "A CUT não trabalha com esse caráter. Jamais concordaríamos com esse tipo de coisa. A CUT é suprapartidária", disse, embora admita a ligação histórica da central com o partido. "São fofocas dos corredores da política brasileira", acrescentou. Em São Paulo, dois eventos serão realizados. O maior deles ocorrerá no Autódromo de Interlagos José Carlos Pace (zona sul), com expectativa de reunir mais de um milhão de trabalhadores. Outro, de menor porte, acontece no Centro de Tradições Nordestinas (CTN), na zona norte, para um público menor, entre 50 mil e 100 mil pessoas. Limitação Em 2007, por causa da limitação da Prefeitura para a realização de comemorações na Avenida Paulista, a entidade teve dificuldade para organizar a festa, que, menos de uma semana antes do Dia Mundial do Trabalho, ainda não tinha local definido. A capital paulista também é fundamental para a legenda, que quer voltar ao comando da cidade com a ministra do Turismo, Marta Suplicy. A expectativa da CUT é reunir entre 3 e 4 milhões de pessoas nas cinco festividades que ocorrerão paralelamente. Além da celebração dos 30 anos da primeira paralisação dos metalúrgicos, a CUT celebrará os 25 anos da fundação da central. Neste ano, as bandeiras serão a redução da jornada de trabalho, de 44 horas para 40 semanais, sem redução de salários, e a ratificação das Convenções 151 e 158 no Congresso, que proíbem as demissões sem motivo no serviço público e privado.

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