A intensificação das mobilizações sociais, principalmente a reivindicação do funcionalismo público por reajustes de salários e da nova ofensiva promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), são "naturais" e não comprometem a governabilidade da a ministração Luiz Inácio Lula da Silva, inclusive porque o próprio governo estava preparado para essas pressões. A avaliação é do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho. "As campanhas salariais são naturais e fazem parte de qualquer governo. É também normal que nessa época do ano, todos os anos, exista uma mobilização maior", analisa. O sindicalista argumenta ainda que, por ter acumulado perdas durante os oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso, os servidores federais optaram por abrir um canal de negociação com o governo Lula e, dessa forma, tentar obter algum ganho salarial e de reestruturação das carreiras. "Se não há mobilização sem evolução", afirma. A mesma lógica, entende ele, vale para o caso dos sem-terra. Uma das mais recentes reivindicações da CUT é o da elevação do salário mínimo para R$ 300, como parte de uma política específica de valorização desse piso salarial. "Propomos discutir o valor de agora, de R$ 300, mas também do futuro, dos próximo anos. Isso envolve o Congresso, o Ministério do Planejamento e as secretarias estaduais de Planejamento", aponta. A questão do desemprego, entende o presidente da CUT, também deveria ser enfrentada como uma política de Estado, com adoção de ações emergenciais específicas, principalmente de criação de frentes de trabalho.