A Festa do Dia do Trabalho promovida pela CUT em São Paulo adotou a bandeira da redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais. Para presidente da CUT nacional, Artur Henrique da Silva Santos, o País tem agora uma "conjuntura favorável" para a primeira redução do número de horas trabalhadas na semana desde a Constituição de 1988, que reduziu a jornada de 48 para 44 horas. "Vinte anos depois, nós estamos em um momento econômico muito favorável para novamente colocar esse tema na pauta e reduzir agora de 44 horas para 40 horas." Veja também: Fotos do Dia do Trabalho pelo mundo No Brasil, centrais sindicais pedem redução da jornada Lupi defende redução da jornada para 40 horas semanais Ele destacou que a Central iria aproveitar o evento do Dia do Trabalho para colher assinaturas a favor da proposta e citou sua meta de conseguir mais de 2 milhões de assinaturas. O presidente da CUT destacou também o projeto de limitar as horas extras. "Não adianta reduzir a jornada e o empresariado continuar fazendo com que os trabalhadores trabalhem três, quatro horas extras toda semana." Artur Henrique da Silva Santos reconheceu que o setor empresarial tem resistência à idéia da diminuição da jornada. "Há 20 anos, quando nós conquistamos a redução da jornada, eles diziam que iam fechar as empresas, que isso ia gerar desemprego, que era um absurdo reduzir a jornada", acrescentando que mesmo com a mudança, "não aconteceu nada daquilo que eles achavam que ia acontecer". "As fábricas não fecharam, ninguém se matou, não teve suicídio", ironizou. De acordo com a organização do evento, compareceram no autódromo de Interlagos cerca de 300 mil pessoas ao longo do dia, o que, somado aos outros três eventos simultâneos promovidos pela Central em São Paulo, São Bernardo e Guarulhos, atingiu a meta prevista de 500 mil pessoas. A Polícia Militar não deu uma estimativa sobre o público que compareceu a Interlagos.