Cúpula petista decide hoje sobre candidatura no Recife

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Por Christiane Samarco e BRASÍLIA
Atualização:

A Comissão Executiva Nacional do PT reúne-se hoje em São Paulo decidida a intervir no diretório municipal do Recife para preservar a aliança com o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. A ação é um capítulo negociado do apoio do PSB paulista ao candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Para atender Campos no Recife, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalha para garantir a candidatura do preferido do governador no PT pernambucano, deputado Maurício Rands. Fraude. Rands perdeu para o atual prefeito João da Costa (PT) a disputa interna para definir o candidato petista à prefeitura do Recife, mas houve acusações de fraude e o resultado da prévia no domingo não foi reconhecido pelo PT. Hoje a cúpula dará a palavra final e a expectativa dos pernambucanos é a de que a prévia seja anulada e Rands seja indicado pela direção do partido."Esse resultado do fim de semana está bichado. Rands não perdeu a prévia", disse ontem o senador Humberto Costa (PT-PE), argumentando que "mais de 1.500 pessoas votaram irregularmente" e o prefeito venceu por uma diferença de apenas 550 votos. "A tendência é anular a prévia e reconhecer Rands como candidato, a partir do resultado da auditoria determinada pela própria executiva nacional", aposta o ex-prefeito e deputado João Paulo (PT-PE), adversário ferrenho de seu sucessor. Humberto Costa e João Paulo são os maiores apoiadores de Rands no PT. Com a sinalização positiva da frente de partidos que compõem a aliança com o PT, a dupla passou a quarta-feira articulando em favor do amigo com dirigentes petistas. Eles também apostam na irritação da direção nacional, atropelada por um recurso judicial de João da Costa. A executiva nacional havia determinado a contagem em separado dos votos que estavam sob questionamento e João da Costa derrubou a determinação, com uma liminar na Justiça. Dizem seus opositores que, com isso, ele quebrou uma "regra de ouro" do PT, de não "judicializar" as disputas, que devem ser decididas pelas instâncias partidárias.

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