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Cunha rebate em rede social trecho de livro de FHC sobre indicação para Petrobrás

Presidente da Câmara diz que se houve algum movimento para indicá-lo, foi sem o seu conhecimento

Por Elizabeth Lopes e Luciana Nunes Leal
Atualização:

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) rebateu, em sua conta pessoal na rede de microblogs Twitter, trecho do livro Diários da Presidência, do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB), antecipado pela revista piauí. No texto, o tucano diz ter recusado pedido do deputado Francisco Dornelles (à época no PPB), em nome da bancada do Rio de Janeiro, para que fosse nomeado diretor comercial da Petrobrás. "Se houve algum movimento feito, foi sem meu conhecimento até porque não teria lógica pela experiência minha em telecomunicações", diz o peemedebista no post.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) Foto: André Dusek/Estadão

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No livro, Fernando Henrique diz ter rejeitado o nome de Cunha e cita “trapalhadas” do período em que o atual presidente da Câmara presidiu a Telerj, companhia telefônica do Rio de Janeiro, durante o governo de Fernando Collor de Mello. Cunha assumiu a Telerj em 1991 e deixou em 1993, já no governo Itamar Franco. O Tribunal de Contas da União (TCU), na época, apontou uma série de irregularidades em contratações de pessoal, contratos e licitações da estatal.

O ex-presidente diz que assim que recebeu o pedido para nomear Cunha como diretor comercial da Petrobrás, reagiu: "Imagina!" E alegou: "O Eduardo Cunha foi presidente da Telerj, nós o tiramos de lá no tempo de Itamar (Franco, ex-presidente da República) porque ele tinha trapalhadas, ele veio da época do Collor. Eu fiz sentir que conhecia a pessoa e que sabia que havia resistência, que eles estavam atribuindo ao Eduardo Jorge; eu disse que não era ele e que há, sim, problemas com esse nome. Enfim, não cedemos à nomeação."

Na rede social, Cunha diz que, em 1996, não tinha intenção de voltar à gestão pública. “Se isso (a indicação para a Petrobrás) aconteceu, foi pedido sem meu conhecimento. A única coisa que me recordo do tempo dele (Fernando Henrique) de presidente foi o movimento de deputados para que eu retornase à Telerj, empresa a qual presidi”, escreveu Cunha. “Mesmo assim movimento qu enão contava com minha concordância, já que não queria voltar a trabalhar em governo”, diz o deputado. Em 1996, Cunha trabalhava na iniciativa privada. Dois anos depois, candidatou-se a deputado estadual pelo PPB, mas ficou na suplência. Em 1999, voltou ao serviço público, como presidente da Companhia Estadual de Habitação (Cehab), nomeado pelo então governador Anthony Garotinho, na época aliado e hoje adversário do deputado.

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