Cunha Lima e aliados ainda lutam pelo cargo na Justiça

Governador cassado pede no STF liminar para ficar no posto até julgamento de recursos contra decisão do TSE

PUBLICIDADE

Por Christiane Samarco e Mariângela Gallucci
Atualização:

Advogados do governador cassado da Paraíba, Cássio Cunha Lima, e de seus aliados encaminharam ontem quatro recursos à Justiça para tentar derrubar a decisão tomada na véspera pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que determinou a posse de José Maranhão (PMDB) no comando do Estado. Os recursos foram protocolados no próprio TSE e no Supremo Tribunal Federal (STF). Cunha Lima pediu no STF uma liminar para ficar no posto até o julgamento dos recursos, que contestam a decisão dos ministros e pedem novas eleições para governador - que seriam realizadas de forma indireta na Assembleia. "Ao invés de reabrir o processo eleitoral, de modo democrático, entendeu por bem o TSE entregar à minoria vencida o governo estadual em nova contradição com a Lei Maior", reclamaram os advogados de Cunha Lima no recurso ao TSE. O presidente da Assembleia da Paraíba, Artur Paredes da Cunha Lima, primo do governador cassado, também recorreu ao Supremo. Pediu que seja determinada a realização de eleições para a escolha do novo chefe do Executivo estadual. "O sr. José Targino Maranhão e o sr. Luciano Cartaxo Pires de Sá, segundos colocados cujas posses foram determinadas judicialmente, não alcançaram a maioria absoluta dos votos proferidos no pleito de 2006", sustenta o presidente da Assembleia. Por esse motivo, segundo ele, não poderiam assumir o governo e teria de ser realizada uma nova eleição. PRESSÃO "O sentimento do PSDB é de injustiça", reclamou também o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PE). "Vejo este fato como um grave erro, o que reforça minha convicção de que haverá nova eleição e nós vamos vencê-la." Opção do partido para tentar retomar o governo pelo voto popular, o senador Cícero Lucena (PSDB-PB), que pertence ao grupo político do governador cassado, protestou: "Sete votos estão cassando mais de 1 milhão de votos." Guerra e Lucena argumentam que o recurso à Justiça, em busca de novas eleições, tem amparo na Constituição federal e na estadual. "No ano da reeleição de Lula, o Bolsa-Família não só foi mantido como aumentou o número de beneficiários", disse Lucena. Quanto aos benefícios pagos por meio de cheques emitidos pelo governo Cunha Lima e agora questionados pela Justiça, Lucena disse que o governo da Paraíba deveria receber o mesmo tratamento do governo Lula. "O absurdo é que cheque não pode e o cartão do Bolsa-Família é permitido."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.