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Cunha evita rebater discurso de Dilma: 'não me senti atingido por nada'

Em seu pronunciamento sobre a decisão do presidente da Câmara de abrir processo de impeachment, a petista o alfinetou o deputado ao afirmar que não possui conta no exterior e que nunca ocultou patrimônio pessoal

Por Daiene Cardoso e Daniel de Carvalho
Atualização:

BRASÍLIA - No dia em que deu início ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), evitou rebater o pronunciamento da petista feito nesta quarta-feira, 2, no Palácio do Planalto. Alegando que sua decisão não tem juízo de valor e que não fez "nenhuma acusação pessoal contra ninguém", o peemedebista disse que não responderia à presidente da República.

_IDA5193.JPG BRASILIA BSB DF 02|12|2015 POLITICA O presidente da Camara Federal senador Eduardo Cunha durante coletiva anuncia a liberacao do processeo de Impeachment contra a presidente Dilma Rousseff em Brasilia FOTO DIDA SAMPAIO | ESTADAO Foto:  

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"Não me senti atingido por nada e não fiz comentário sobre ela de natureza nenhuma", disse ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Dilma disse nesta noite que as razões que fundamentam o pedido de impeachment de seu mandato são "inconsistentes e improcedentes" e se declarou "indignada" com a notícia. Em curto pronunciamento, ela alfinetou o presidente da Câmara ao afirmar que não possui conta no exterior e que nunca ocultou patrimônio pessoal.

“Não vou comentar. Já comuniquei a decisão e está lá escrito. Fui bastante zeloso nas minhas palavras. Cada um tem sua maneira de se comportar”, afirmou Cunha ao deixar a Câmara no final da noite desta quarta-feira, 2.

Cunha é alvo de investigações pela Procuradoria-Geral da República no âmbito da Operação Lava Jato e é acusado de possuir contas na Suíça das quais seria beneficiário. "Meu passado e meu presente atestam a minha idoneidade e inquestionável compromisso com as leis e as coisas públicas", disse a petista.

Fontes relataram que o peemedebista acompanhou o pronunciamento de Dilma. Apesar de negar, Cunha enfatizou que seguiria a "liturgia" exigida neste momento. "Vou me ater à liturgia da decisão, à responsabilidade do cargo e da harmonia dos Poderes", declarou.

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