PUBLICIDADE

Cunha diz que vai processar quem faz acusação sem provar

Presidente da Câmara estava se referindo a insinuações sobre sua participação na falsificação da assinatura do deputado Vinícius Gurgel (PR-AP), constatada por dois peritos, em documento encaminhado ao Conselho de Ética

PUBLICIDADE

Por Daiene Cardoso e Bernardo Caram
Atualização:

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ameaçou processar quem insinuar que ele está envolvido no caso de falsificação de documento sem provar. "Quem fizer acusação sem ter como provar, pode ter certeza que eu processo", avisou.

PUBLICIDADE

O jornal Folha de S.Paulo consultou dois peritos que atestaram a falsidade da assinatura do deputado Vinícius Gurgel (PR-AP) em um documento encaminhado ao Conselho de Ética. Na noite da votação do parecer que deu continuidade ao processo disciplinar contra o presidente da Câmara, Gurgel enviou uma carta de renúncia ao cargo de membro titular do colegiado.

Na ocasião, o próprio líder do PR, deputado Maurício Quintella Lessa (AL), assumiu a função para assegurar que o voto favorável a Cunha fosse mantido. O parecer contra o peemedebista foi aprovado por 11 votos a 10. Mais cedo, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) disse na sessão do colegiado que, se for confirmada a adulteração da assinatura de Gurgel, pode ter ocorrido coautoria no episódio que classificou de "ato criminal".

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha Foto: DIDA SAMPAIO|Estadão

Para o conselheiro, o presidente da Câmara atuou para alterar o resultado da votação que culminou com a aprovação do parecer pelo prosseguimento da ação disciplinar. "Isso é brincadeira, né? Eu manobrei em que sentido?", questionou Cunha, ao responder que na noite daquela votação manteve a sessão plenária até tarde para garantir a aprovação de uma Medida Provisória.

O peemedebista disse que não sabe se a Mesa Diretora investigará o episódio porque ele, pessoalmente, não atua neste caso. Também não comentou se pretende entrar com um pedido de anulação da sessão que aprovou o parecer pela admissibilidade da ação disciplinar.

Questionado sobre a conversa que teve nesta manhã com Gurgel, Cunha desconversou e disse que falou com o parlamentar em plenário como fala com qualquer outro. "Todo mundo que pratica qualquer ato errado, e se for responsável pelo ato, ele tem de certa forma ser investigado. Eu não sei o que aconteceu. Não cabe a mim, isso não diz respeito a mim", declarou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.