Cunha diz que processo de impeachment não teve aditamento, e sim juntada de documentos

Peemedebista afirma que Dilma já foi notificada sobre a instalação da Comissão Especial com a inclusão dos documentos da delação de Delcídio Amaral e que, portanto, não houve alterações e o regimento foi cumprido

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Por Julia Lindner e Igor Gadelha
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusou parlamentares do PT de estarem fazendo "manobra" para ganhar tempo na Comissão Especial do impeachment. O comentário foi uma resposta aos questionamentos de deputados petistas, nesta segunda-feira, 21, sobre a inclusão da delação do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) ao processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff.

De acordo com Cunha, não houve aditamento. "Não teve aditamento, foi uma juntada de documentos", afirmou o presidente da Casa. O peemedebista considerou que Dilma já foi notificada sobre a instalação da Comissão Especial, na última quinta-feira, 17, com a inclusão dos documentos da delação, portanto, não houve alterações e o regimento foi cumprido. "Não houve despacho de mérito", completou o presidente da Câmara.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) Foto: André Dusek|Estadão

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O peemedebista afirmou que ele não "aceita" a inclusão de documentos, "apenas encaminha". A inclusão da delação de Delcídio foi solicitada pela jurista Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de afastamento de Dilma. "Os petistas estão fazendo manobras para protelar o processo", acusou Cunha, acrescentando que manobras serão respondidas com o "regimento". "A situação do governo está cada vez mais delicada."

Cunha sinalizou ainda que novos pedidos de impeachment não devem ser encaminhados agora. Sobre a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve a sua nomeação como ministro-chefe da Casa Civil suspensa, o presidente da Câmara disse que é "problema do PT". "A única coisa que estou preocupado agora é com a saída do PMDB do governo", declarou.

PMDB.  O presidente da Câmara disse achar que o PMDB aprovará o desembarque do governo na reunião da Executiva Nacional do partido marcada para o próximo dia 29 de março. "Acho e espero que sim", afirmou o peemedebista.

Cunha seguiu a linha de aliados do vice-presidente da República, Michel Temer, que já dão como certo o desembarque. "O sentido de urgência do PMDB é conectado à vontade do povo. No passado foi assim. Agora, na saída de Dilma também. Terça, 29, vai decidir pelo rompimento", disse o ex-ministro Moreira Franco na última sexta-feira.

O presidente da Câmara negou que tenha sido procurado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para conversar. Segundo circula nos bastidores, o petista estaria procurando integrantes da cúpula do PMDB para tentar evitar o desembarque do partido do governo.

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