
16 de julho de 2015 | 12h25
BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que agora "todos estão falando a mesma língua" em seu partido em relação ao rompimento da aliança com o PT para as próximas eleições. Segundo Cunha, os peemedebistas estão "doidos para cair fora". "Ninguém aguenta mais aliança com o PT", resumiu.
Para o peemedebista, a realidade é que seu partido não está no governo porque não participa das discussões públicas. Em sua avaliação, só os ministros ocupam espaço na Esplanada dos Ministérios. No entanto, por "responsabilidade com a governabilidade", ele pregou que a legenda continue no governo Dilma. "Seria uma irresponsabilidade sair do governo", declarou. Ele, no entanto, não descartou um rompimento antes de 2018.
Por que Cunha tem tanto poder?
Em sua avaliação, o vice-presidente Michel Temer conseguiu melhorar "muito" a articulação política com o Congresso e talvez, sem ele, a pauta do ajuste fiscal não teria passado. "Sem o Michel, o caos estaria instalado".
Cunha evitou falar em futura candidatura à Presidência da República e diz que não pensa no futuro. "Penso no presente", desconversou. Ele afirmou que o tempo definirá quem representará a sigla na disputa de 2018. "Todo mundo que usou o cargo com ambição pessoal deu com os burros n'água", afirmou.
Em pé de guerra com os petistas, Cunha ironizou a possibilidade de haver um panelaço durante seu pronunciamento em cadeia de rádio e TV na noite desta sexta-feira, 17. "Estou fazendo prestação de contas, não estou esperando aplausos", respondeu. Ele disse que "ficará muito feliz" se houver manifestação contrária porque isso significará que o PT estará liderando o movimento, o que dará mais destaque ao pronunciamento. "Será um PTzaço", brincou.
Embora tenha criticado o "espetáculo" na Operação Lava Jato, principalmente no cumprimento de mandado de busca e apreensão contra políticos nesta terça, 15, Cunha - que é um dos investigados - evitou fazer comentários sobre o andamento das investigações. "Estou muito tranquilo. Não devo nada"
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