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Cunha diz que PMDB assinará CPI da Alstom por empresa ter contratos com Petrobrás

Iniciativa é uma resposta do governo à tentativa da oposição de investigar a estatal; para parlamentares da base medida pode acabar virando 'tiro no pé'

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Por Eduardo Bresciani
Atualização:

O líder do PMDB na Câmara e articulador do "blocão" dos partidos descontentes com o governo, Eduardo Cunha (RJ), afirmou nesta terça-feira, 1º, que os deputados de seu partido vão assinar tanto a CPI mista da Petrobrás quanto a que pretende investigar o cartel liderado pela empresa Alstom no setor de energia em São Paulo, proposta pelo PT. O líder afirma que no caso do cartel é preciso investigar possível cartel em contratos com recursos federais e cita a Petrobrás.

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"Vamos assinar as duas, até porque a Alstom está dentro da Petrobrás. Todos os geradores de plataforma são da Alstom", disse Eduardo Cunha ao Estado. O líder do Solidariedade, Fernando Francischini (PR), afirmou que o "blocão" todo vai assinar o pedido de investigação da Petrobrás. Além de seu partido, fazem parte do grupo o PMDB de Cunha, PR, PTB e PSC.

Como revelou o Estado nesta terça, o governo já articula a criação de uma CPI para investigar o escândalo envolvendo o cartel de trens e do setor de energia nas gestões do PSDB em São Paulo em resposta a iniciativa da oposição de criar uma CPI da estatal petrolífera. O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) já recolheu 150 assinaturas para a CPI de interesse do Palácio do Planalto. Para criar a CPI mista são necessárias 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado.

"Nós acreditamos que até amanhã acabaremos de coletar as assinaturas na Câmara e aí vamos encaminhar o requerimento ao Senado", disse Teixeira. "O nosso foco é apurar as falcatruas ocorridas no metrô e nos trens de São Paulo nas administrações do PSDB". Parlamentares da base aliada, contudo afirmam que pode virar um "tiro no pé" a intenção do governo de abrir investigação também sobre o cartel de trens em São Paulo, nas gestões do PSDB. Eles destacam que as empresas Alstom e Siemens tem contratos também com o governo federal e as investigações acabariam novamente por atacar as gestões petistas.

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