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Cunha critica ‘falta de inteligência’ de relator da reforma

Presidente da Câmara diz que parecer de Marcelo Castro é ‘confuso’ e que prefere que o texto seja votado em plenário

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Por Daniel de Carvalho
Atualização:

Atualizado às 22h38

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Brasília - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o relator da comissão que discute a reforma política, Marcelo Castro (PMDB-PI), trocaram críticas nesta segunda-feira, 18, ao abordar o parecer que deve ser votado nesta terça no colegiado. Cunha criticou o texto de Castro e disse preferir que a comissão deixe a votação para o plenário, onde geralmente consegue impor sua vontade.

Contrário a vários pontos do relatório, ele disse faltar “perspicácia e inteligência política” a Castro e pode não mantê-lo como relator do texto no plenário, onde quer votar item por item da reforma na próxima semana. Castro reagiu afirmando que o presidente deveria ter escolhido um relator “mais submisso”.

Em entrevista no final da tarde, o presidente da Casa disse temer que o relatório possa “engessar” a votação em plenário. “Acho que não deve votar amanhã (hoje, na comissão). Votar sem a gente evoluir aqui o debate pode até inviabilizar a votação. É preferível até que a comissão não vote, que leve para plenário para permitir (a votação)”, afirmou.

O único ponto do relatório defendido por Cunha é o que estabelece o distritão como sistema eleitoral. Pelo modelo, não há mais eleições proporcionais, vence quem obtiver mais votos. Castro é contrário a esse modelo e o incluiu com ressalvas em seu relatório sob pressão de Cunha e do vice-presidente Michel Temer.

O deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) Foto: Divulgação

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O único ponto do relatório defendido por Cunha é o que estabelece o distritão como sistema eleitoral. Pelo modelo, não há mais eleições proporcionais e vence quem obtiver mais votos. Castro é contrário a esse modelo e o incluiu com ressalvas em seu relatório sob pressão de Cunha e do vice-presidente Michel Temer. 

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Cunha criticou a intenção de Castro de alterar a duração dos mandatos para o Senado. No início da semana passada, Castro definiu mandato de cinco anos, depois ampliou para dez anos e, no fim da semana, retornou à proposta de cinco anos. “Quando os deputados falam de alterar o mandato de senador é quase que uma agressão. Até porque já sabem que não vai passar lá (no Senado). É de uma falta de perspicácia política você querer impor o tamanho do mandato ao Senado. É falta de inteligência política”.

Ao se defender, Castro disse que Cunha deveria ter escolhido um relator “mais submisso”. “Eduardo escolheu o relator errado (...). Ele sabe perfeitamente das posições que venho assumindo durante todo esse tempo. Ele deveria ter escolhido um relator mais submisso à vontade dele e não um relator que tem a independência e autonomia que eu tenho. Da próxima vez ele vai pensar duas vezes quando for escolher um relator”, reagiu.

O relator afirmou que o presidente da Câmara foi desrespeitoso com toda a comissão. “Acho desrespeitosas as opiniões que o presidente da Casa emitiu a respeito do relatório, que não é meu, não é dele. É a expressão da vontade da maioria da comissão. Como presidente da Casa, ele jamais poderia tratar os membros da comissão dessa maneira desrespeitosa.”

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