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Crivella faz pregação e critica casos de enchentes no RJ

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Por Luciana Nunes Leal
Atualização:

Primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto para o Senado no Rio de Janeiro, embora ainda não tenha sido abrigado em nenhuma chapa para governador, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), participou hoje de uma festa da Igreja Universal do Reino de Deus, da qual é bispo licenciado. Lá, ele pregou, cantou e citou a tragédia provocada pela enchente há duas semanas.Crivella disse que não havia nenhum cunho político em sua participação. Ao falar para a plateia, não fez críticas a governantes, mas declarou: "o Rio já não aguenta mais ver crianças morrendo na lama e no lixo, soterradas." Em outro momento, pediu a Deus que os jovens "estejam protegidos das balas perdidas, da violência, das drogas".Os organizadores do encontro de hoje, chamado "O Dia da Decisão" calcularam em dois milhões o número de presentes. Segundo a Polícia Militar, um milhão de pessoas foi ao evento na Praia de Botafogo, na zona sul carioca. Crivella afirmou que o público presente não estava lá "em busca de autógrafo ou para encher uma casa de shows, mas porque tem fome e sede de Justiça". No domingo passado, o PR do Rio lançou a pré-candidatura de Anthony Garotinho ao governo do Estado na casa de espetáculos Vivo Rio, no Centro da Cidade. Lula e milagresEm entrevista depois de sair do palco, Crivella disse ter esperança de que "a cura" do vice-presidente José Alencar, que sofre de câncer no abdômen, sirva para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passar a acreditar em milagres. "Certa vez, o presidente Lula me disse que acha bonito ver os pastores de várias igrejas pregando na televisão, mas que não acreditava em cura, em um caroço que pudesse desaparecer. Eu fiz uma oração dentro de mim. A cura do José Alencar é extraordinária. Ele estava desenganado. A história do Zé Alencar vai fazer o Lula rever o que disse", afirmou o senador.Crivella confirmou que o presidente Lula fez um pedido ao governador Sérgio Cabral (PMDB), candidato à reeleição, que encontre uma vaga para Crivella disputar o Senado na chapa governista. O problema é que Cabral já definiu os dois candidatos - o ex-prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT) e o deputado estadual, Jorge Picciani (PMDB). "Não quero atrapalhar, não serei nenhum empecilho à aliança do presidente Lula com o PMDB. Não sou de atropelar ninguém. Haveremos de encontrar um caminho", disse Crivella.Festa da igrejaDurante a festa da Igreja Universal, Crivella acompanhou uma série de orações feitas por bispos e pastores. Muitas cestas com papéis que traziam pedidos dos fiéis foram postas no palco, e os líderes da Igreja prometeram rezar para que todos fossem atendidos. Logo depois da fala de Crivella, chegou a hora da coleta de contribuições para a Igreja, pedida pelo bispo Darlan: "você vai apresentar a Deus sua oferta que vai nos ajudar com a despesa desse evento".O evento deu um nó no trânsito da cidade e obrigou o próprio Crivella a seguir a pé por cerca de um quilômetro até o palco. Antes de sair, em entrevista, Crivella pregou mudanças importantes no País, mas disse que não falava só do ponto de vista administrativo e político."Este Brasil tem que mudar. A fé tem papel muito grande na transformação. Não adianta nada a gente fazer o ''Minha Casa, Minha Vida'' se dentro vamos colocar uma família desestruturada, um homem caído no vício, uma mulher desalentada e os filho entregues ao tráfico", disse o senador.

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