O senador Marcelo Crivella, candidato do Partido Liberal (PL) à Prefeitura do Rio, acusou hoje o jornal O Globo de ter falsificado um documento publicado no dia 17 de julho como prova de que teria sonegado informações sobre seu patrimônio à Receita Federal, que nega a autenticidade da declaração. Segundo Crivella, o jornal carioca será responsabilizado cível e criminalmente por calúnia, injúria e difamação. Ele também pretende denunciar ao Ministério Público Eleitoral uma suposta manipulação eleitoral, uso abusivo do poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação, além de pedir à Polícia Federal instauração de inquérito para apurar o suposto crime de quebra de sigilo fiscal. No mês de julho, o jornal O Globo publicou uma série de reportagens em que acusa Crivella de ter omitido a propriedade de cotas da TV Record de Franca (SP) e da TV Cabrália (BA) na declaração de imposto de renda entregue ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em 2002, quando foi eleito para uma vaga no Senado. A versão do senador, confirmada por uma certidão assinada pelo superintendente da Receita no Rio, César Augusto Barbiero, é a de que as cotas das emissoras não constam em sua declaração de renda de 2002 porque elas foram vendidas em junho e dezembro de 1999 respectivamente. O documento publicado pelo jornal O Globo, com o logotipo da Receita Federal, mostra que o nome do senador só foi excluído da sociedade em novembro de 2003. Entretanto, o superintendente da Receita no Rio, segundo a certidão apresentada por Crivella, não reconhece a declaração como autêntica. De acordo com o senador, o documento apresentado é da Junta Comercial, onde a data de sua exclusão refere-se à data de arquivamento do processo e o logotipo da Receita teria sido colocado de ?má-fé?, para ?denegrir sua imagem?. A diferença entre as datas de venda das cotas e da alteração contratual ocorrem por causa do trâmite burocrático no Ministério das Comunicações para alterar o concessionário das emissoras. Pela questão fiscal, Crivella agiu legalmente ao declarar a venda, em 2000. A partir daí, as cotas devem constar da declaração do novo proprietário, independente de o processo no ministério continuar tramitando. A versão do senador, ratificada por uma certidão assinada pelo superintendente da Receita no Rio, César Augusto Barbiero, é a de que as cotas das emissoras não constam em sua declaração de renda de 2002 porque elas foram vendidas em junho e dezembro de 1999 respectivamente. Em nota divulgada no início da noite, O Globo afirma que os documentos apresentados pelo candidato não contestam o teor das informações publicadas pelo jornal. De acordo com a nota, ?a situação cadastral do candidato na Receita Federal, por ele contestada, está baseada em documento do Serpro (Serviço de Processamento de Dados da Receita Federal)?.