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Crítica de Marina sobre desmatamento perturba governo

Por AE
Atualização:

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ao reclamar da falta de empenho de governadores aliados no combate ao desmatamento causou constrangimento no Palácio do Planalto. Logo após a entrevista dela para falar do problema na Amazônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou assessores dizerem à imprensa que não era hora de acusações, mas de tomar providências. Lula acompanhou parte da entrevista no gabinete um piso acima do local onde estava a ministra. Marina Silva havia começado a entrevista criticando o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), e de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido), de retirarem policiais militares de ações integradas de combate ao desmatamento. "Estamos vivendo um momento atípico, um período de estiagem longa, um período eleitoral, onde temos muita dificuldade de operar com os agentes locais", disse Marina. "É só verificar o que aconteceu em Rondônia, onde estávamos com uma operação com a policia ambiental do Estado, os agentes da Polícia Federal e o Ibama", completou. "E o governador deu uma ordem unida para que os 45 policiais militares nos deixassem completamente à deriva, numa operação que eles deveriam nos dar suporte." Contravenção Ela observou que a decisão de Cassol, que teria ocorrido anteontem, tem acontecido em outras situações, inclusive em Mato Grosso. No decorrer da entrevista, Marina foi questionada sobre o fato de os três estados com maiores índices de desmatamento - Mato Grosso, Pará e Rondônia - serem governados por aliados do Planalto. Blairo Maggi chegou a indicar um ministro para a pasta da Agricultura e mantém boas relações com governo. "Num processo republicano você não opera com essa lógica de que a contravenção é de aliado ou de não aliado, a contravenção deve ser combatida com igual rigor para todos", se limitou a dizer a ministra. A ministra e os assessores não abordaram a questão da grilagem de terras públicas, considerada por especialistas como uma das principais causas do desmatamento irregular na Amazônia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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