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Crítica à atuação na pandemia faz Bolsonaro trocar de médico para cirurgia na bexiga

Mudança ocorre após presidente tomar conhecimento das declarações do médico Miguel Srougi, que já operou os ex-presidentes Lula e Michel Temer

Por Jussara Soares e Emily Behnke
Atualização:

BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro fará uma cirurgia nesta sexta-feira, 25, para retirada de um cálculo na bexiga, mas trocou de médico e de hospital. A operação estava prevista para ser realizada no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, com o urologista Miguel Srougi. Agora, porém, será feita pelo urologista Leonardo Borges no Hospital Israelita Albert Einstein, onde Bolsonaro ficou internado por três semanas após sofrer uma facada, em setembro de 2018. O procedimento está previsto para às 10h30.

A mudança do profissional ocorreu após Bolsonaro tomar conhecimento de críticas de Srougi à sua atuação diante da pandemia da covid-19. O renomado médico, de 73 anos, já operou diversas autoridades, incluindo os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Michel Temer (MDB). Procurado, Srougi afirmou que não iria comentar o assunto.

Urologista Miguel Scrougi operaria o presidente nesta sexta, 26, mas foi substituído por ter criticado atuação de Bolsonaro diante da pandemia da covid-19. Foto: Felipe Rau/ Estadão

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Esta é a sexta cirurgia pela qual o presidente passará desde a campanha eleitoral. As informações foram confirmadas ao Estadão/Broadcast por integrantes do Palácio do Planalto e da equipe médica. Procurada, a Secom não se manifestou.

O procedimento é considerado simples e a previsão é a de que Bolsonaro permaneça internado de um a dois dias. Na segunda-feira, 28, ele deverá participar de uma discussão com líderes do Congresso sobre o Pacto Federativo, segundo anunciou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

O presidente também não mencionou o assunto em sua transmissão nas redes sociais, na noite desta quinta-feira, 24. Após participar de um evento na Superintendência da Polícia Rodoviária Federal no Rio, na tarde desta quinta, Bolsonaro seguiu para São Paulo. Pela manhã, ele compareceu a uma formatura na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ), onde havia dormido.

Presidente não mencionou a cirurgia em sua transmissão nas redes sociais Foto: Reprodução

A necessidade da nova cirurgia foi contada pelo presidente a apoiadores em 1.º de setembro, no Palácio da Alvorada. Bolsonaro disse que estava com um cálculo na bexiga “maior que um grão de feijão”.

“Esse cálculo aqui é de estimação. Eu tenho há mais de cinco anos, está na bexiga. É maior que um grão de feijão. Resolvi tirar porque deve estar aí ferindo internamente a bexiga”, afirmou ele, na ocasião. No dia anterior à declaração, o presidente havia comparecido ao serviço médico do Palácio do Planalto.

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Na semana passada, antes de iniciar o expediente, Bolsonaro esteve novamente ao consultório localizado no anexo do Palácio do Planalto. Nas duas recentes idas ao serviço médico, a Secretaria Especial de Comunicação não deu detalhes sobre o estado de saúde do presidente. Naqueles dias, os compromissos oficiais não foram afetados.

Em 12 agosto, após participar da cerimônia que antecedeu o embarque da missão brasileira de ajuda humanitária ao Líbano, Bolsonaro – que havia testado positivo para a covid-19 em 7 de julho – fez um check-up no Hospital Nova Star em São Paulo.

Recuperado do coronavírus, ele foi avaliado por um cirurgião geral, cardiologista e dois infectologistas. Na ocasião, o hospital divulgou boletim informando que o presidente “passou por avaliação da equipe médica multiprofissional, está assintomático com exames laboratoriais e de imagem normais”.

A última cirurgia à qual Bolsonaro se submeteu foi realizada em setembro do ano passado para a retirada de uma hérnia, no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo. O presidente ainda realizou uma vasectomia, no início deste ano, no Hospital das Forças Armadas, em Brasília.

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