Crise Renan sobrecarrega serviço Alô Senado

Eleitor espera até 40 minutos para protestar contra arquivamento do processo

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Por Redação
Atualização:

Criado para ouvir a população, o serviço Alô Senado virou uma trincheira contra tentativas de impedir o Conselho de Ética de investigar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os telefonemas de protesto contra essas manobras superaram no mês passado qualquer outro assunto da Casa. O Alô Senado - que recebe ligações gratuitas no número 0800-612221 - somou 1.804 telefonemas tratando do caso Renan em junho, o que corresponde a exatos 50% das 3.636 ligações dirigidas aos 81 senadores, abordando desde problemas nos Estados a projetos que estão em tramitação. De acordo com os atendentes, a maioria dos que tratam do caso Renan lamenta o estrago causado à imagem do Senado. O número de telefonemas tem aumentado todos os dias. Na sexta-feira, quem ligou queria protestar contra a possibilidade de engavetar o processo, mas teve de esperar 40 minutos para ser atendido. As linhas ficaram congestionadas e nem todos conseguiram ser atendidos. Dentre os cidadãos que telefonaram para reclamar do caso Renan, a maioria é do sexo masculino (72%) e tem mais de 40 anos. Quanto à escolaridade, 38% têm ensino médio, 35% fizeram curso superior e 11% são pós-graduados. A maior parte das ligações tem origem na Região Sudeste. Os atendentes do Senado são treinados para serem discretos. Eles ouvem os protestos e anotam tudo. A regra geral é não estimular as reações de quem está do outro lado. (Com Rosa Costa, Cida Fontes e Ana Paula Scinocca)

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