Crise política no ES: exonerados cinco secretários

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Por Agencia Estado
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Em meio a uma crise política, o governador do Espírito Santo, José Ignacio Ferreira (PSDB), anunciou na tarde desta segunda-feira, em entrevista no Palácio Anchieta, sede do governo, a exoneração de cinco secretários e do procurador-geral do Estado. Entre os demitidos está a secretária de Trabalho e Ação Social, que vem a ser a primeira-dama do Estado, Maria Helena Ruy Ferreira, substituída pela subsecretária, Terezinha Gianordoli. Investigado pela CPI da Propina, o governo de Ferreira está envolvido em suspeitas de corrupção desde abril, quando o prefeito de Cachoeiro do Itapemirim, Teodorico Ferraço (PTB), formalizou denúncias na Procuradoria-Geral da República. Ele entregou um dossiê com a transcrição de sete fitas gravadas pelo empresário mineiro e lobista Nilton Antônio Monteiro, que revelavam um suposto esquema de cobrança de "pedágios" de 10% a 20% para transferência de créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) a empresas privadas. No fim de maio, o fiscal Wilson Manoel Vilhagra Filho, ex-assessor de confiança da primeira-dama na secretaria, confirmou à CPI e aos procuradores Ronaldo Albo e Henrique Herkenhoff ter recebido, em nome dela, R$ 50 mil dos empresários José carlos da cruz Alves e Rosana Zazari, proprietários da distribuidora T.A. Oil, em troca de benefícios tributários. O dinheiro seria usado no pagamento de dívidas de campanha do governador em 1998. Os donos da T.A. Oil confirmaram a propina. "Pagamos R$ 80 mil a Wilson, dos quais R$ 50 mil seriam repassados para a primeira-dama e R$ 30 mil para a Fábrica de Sopas (projeto da Secretaria de Ação Social)", disse Alves. Os outros demitidos são: Marcelo Basílio (Educação), Sebastião Maciel de Aguiar (Cultura e Esportes), Antônio Carlos Pimentel (Procurador-Geral do Estado), Marcelo Morgado Horta (Reforma e Desburocratização do Estado), Luiz Carlos Nunes (Segurança). Eles foram substituídos interinamente por Rômulo Penina, William Abreu, Flávio Augusto Nogueira, Ednaldo Loureiro Ferraz (que acumula o cargo com o de secretário de Administração), e coronel Edson Ribeiro (atual secretário de Justiça), respectivamente. Na semana passada, todo o secretariado colocou os cargos à disposição. De acordo com o governador, as demissões não têm relação direta com a delicada situação política vivida e obedecem a critérios de avaliação de desempenho, dentro de uma ampla e gradual reforma administrativa que deve reduzir de 22 para 16 o número de secretarias do Estado. O governador quer que todos os ocupantes de cargos de confiança no governo abram mão de seus sigilos bancário e fiscal.

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