Crise política invade agenda de governadores do PT

Pauta oficial é reforma política, mas estratégia de defesa do ministro e necessidade esvaziar a ofensiva da oposição não escaparão das conversas

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Por Vera Rosa
Atualização:

Na esteira da crise envolvendo o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, o presidente do PT, Rui Falcão, vai se reunir hoje com os cinco governadores petistas, em Brasília. O encontro será na residência do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, em Águas Claras. A pauta oficial é a reforma política, bandeira que o PT tem levantado na tentativa de aprovar no Congresso o financiamento público das campanhas eleitorais.

 

 

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Embora a reunião tenha sido marcada antes de estourar o escândalo que atingiu o principal articulador político do Planalto, a estratégia de defesa de Palocci não escapará das conversas reservadas e da avaliação conjunta dos governadores petistas. Não é só: os governadores, que vão assinar ali a Carta de Brasília, também estão de olho na montagem do segundo escalão do governo federal, pois todos indicaram nomes para vagas em estatais.

 

 

O problema é que, muitas vezes, há mais de um apadrinhado para a mesma cadeira e várias disputas entre Estados. No Ceará, por exemplo, o governador Cid Gomes, que é do PSB, assiste a uma poderosa briga entre petistas para definir quem será o novo presidente do Banco do Nordeste (BNB).

 

 

Mesmo com Palocci alvejado, a distribuição dos cargos deve ser acelerada nesta semana para conter as insatisfações na base aliada. Todos os nomes têm passado pelo crivo da presidente Dilma Rousseff, que até agora optou pela tática de tensionamento, para não ceder à pressão dos envolvidos.

 

 

Diante das dificuldades, porém, a estratégia vai mudar. Somente no PT há uma lista de 104 indicados nos Estados sendo examinada. O objetivo do Planalto, agora, é reforçar a tropa de choque governista e esvaziar a ofensiva da oposição, que quer convocar Palocci para depor e até criar uma comissão parlamentar de inquérito no Congresso para investigar suas atividades. No meio do caminho há a votação do Código Florestal, prevista na Câmara para terça-feira, e o governo corre risco de perder, caso não adoce a boca dos aliados.

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