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Crise política faz ministro da Fazenda cancelar participação em reunião do FMI

Nelson Barbosa tem papel fundamental na defesa da presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment que tramita na Câmara

Por Cláudia Trevisan e correspondente
Atualização:

WASHINGTON - A crise política no Brasil levou o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, a cancelar sua participação na reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), que ocorre na próxima semana em Washington. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, estará no encontro.

O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa Foto: Dida Sampaio|Estadão

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Barbosa tem um papel fundamental na defesa da presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment que tramita na Câmara dos Deputados. A prática de crimes de responsabilidade fiscal é a principal acusação do pedido de afastamento da presidente.

Em parecer divulgado nessa quarta-feira, 6, o relator do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, Jovair Arantes (PTB-GO), concluiu que há indícios de prática de crime de responsabilidade fiscal pela presidente, o que justificaria a análise do pedido de afastamento de Dilma. O principal fundamento de seu parecer é a acusação de que a presidente cometeu crime de responsabilidade fiscal ao determinar a abertura de crédito orçamentário suplementar sem autorização do Legislativo. O relator também menciona as operações de crédito irregular conhecidas como “pedaladas fiscais”.

Na semana passada, Barbosa falou à comissão que analisa a solicitação de impeachment para refutar as acusações. "No ano passado, o governo fez o maior contingenciamento da história. Não há que se falar de flexibilidade fiscal, de irregularidade fiscal ou de crime de responsabilidade fiscal no momento em que o governo fez o maior contingenciamento da história", disse na ocasião.

O parecer do relator será votado na próxima segunda-feira, 11, na comissão que analisa o pedido de impeachment. Levantamento do Estado indica que 32 dos 65 integrantes da comissão votarão pela aprovação do parecer –são necessários 33 votos para que o processo tenha continuidade. Vinte parlamentares disseram que rejeitarão as conclusões de Arantes e dez se declararam indecisos.

A discussão do parecer do relator deve ocorrer durante o fim de semana. Até a manhã desta quinta-feira,7, 118 deputados haviam se inscrito para se manifestar antes da votação de segunda-feira.