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Crise no Senado não afeta equilíbrio institucional, diz Tarso

Ministro nega paralisia no Congresso e afirma que País está ´funcionando bem´

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Por Redação
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O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou nesta sexta-feira, 13, que a crise envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os casos de corrupção investigados pela Polícia Federal não afetam o equilíbrio institucional do País. "Não estamos preocupados com a questão institucional. O País está funcionando bem, a economia está funcionando bem, e os partidos estão vivos", disse Tarso a jornalistas, ao chegar à Vila Pan-Americana para acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita às instalações dos jogos. Tarso negou que haja uma paralisia no Congresso, e afirmou que as votações importantes estão acontecendo normalmente. "Tanto não há paralisia que todo o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) foi votado, e a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) também. O Legislativo brasileiro tem suas crises, que são resolvidas institucionalmente de uma maneira dialogada entre diversos entes políticos." Indagado sobre a recente ida de Renan ao Planalto para conversar com o presidente Lula, Tarso disse que é "natural" o contato entre o presidente do Senado e o chefe do Executivo. "Seria estranho se isso (comunicação entre Lula e Renan) não ocorresse", disse o ministro. Ele disse que o governo não está preocupado com o equilíbrio das instituições no País e que cabe ao governo aguardar que a crise no Senado, por conta das acusações, se resolva da melhor forma "dentro das normas constitucionais". "O governo não pode interferir na crise", disse o ministro. Caso Petrobras O ministro da Justiça disse ainda que a operação Águas Profundas da Polícia Federal, que investiga um esquema de fraudes em licitações da Petrobras, não tem relação com investigações sobre irregularidades em financiamentos de campanha. A Iesa, uma das empresas envolvidas, fez uma doação de R$ 1,5 milhão na última campanha presidencial ao PT. Tarso acrescentou que problemas relativos a financiamento de campanha só serão corrigidos com a reforma política. "Essas contribuições que as empresas fazem são legais. Temos que reformar a legislação para termos um financiamento público de campanhas com extremo rigor dos tribunais", defendeu. A reforma política é um "processo cumulativo, que já começou e pode durar até três anos", complementou. Para o ministro, a Petrobras é um exemplo de como uma estatal deve se comportar, porque teve a iniciativa de trabalhar com a PF para desvendar o esquema ilegal. Na quinta, a Petrobras anunciou a demissão de dois funcionários envolvidos no esquema. "O governo Lula já demonstrou à sociedade que é absolutamente intolerante com a corrupção. A corrupção no País existe há mais de 500 anos e foi combatida com mais ou menos rigor ao longo da história. Se há mais casos agora é a evidência de que nunca se combateu tanto. O que está ocorrendo é uma limpeza do Estado brasileiro", disse. (Colaboraram Lisandra Paraguassu e Tânia Monteiro, do Estadão)

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