Crise fiscal justificou criação da CPMF, diz FHC

PUBLICIDADE

Por CIDA FONTES E EUGÊNIA LOPES
Atualização:

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se posicionou contra a proposta de renovação da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), criada durante seu governo. "O PSDB já tomou a posição de votar contra", lembrou. Para justificar a criação da CPMF pelo seu governo, ele disse que "havia uma crise fiscal" na época, mas "agora, a conjuntura é outra". Ele afirmou que, em seu governo, "a situação era mais difícil". A uma pergunta sobre o fato de os senadores do PSDB se posicionarem contra a CPMF ao mesmo tempo em que os governadores do partido apóiam a prorrogação da cobrança da contribuição, Fernando Henrique respondeu: "Governar (um Estado) é uma coisa. Você fala com o governo (federal). Eu (na Presidência da República) me dei muito bem com os governadores do PT. Outra coisa é a questão política, do partido. O partido tem que pensar no Brasil e no eleitorado e ter responsabilidade. Não podemos ser irresponsáveis e fazer como o PT fez conosco", afirmou. Fernando Henrique comentou ainda a suposta pretensão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de concorrer a um terceiro mandato. "Fomos contra um terceiro mandato. Nenhum regime democrático, no sistema presidencialista, tem mais do que dois mandatos. Quatro anos é pouco, mas isso é diferente." O ex-presidente também evitou comentar sobre uma eventual disputa entre os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, ambos do PSDB, que seriam candidatos à indicação do partido para disputar a sucessão do presidente Lula. "Isso não preocupa, há muito tempo pela frente."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.