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Crise elétrica põe em risco cota de cargos do PMDB

Por AE
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reúne-se hoje à noite com a cúpula do PMDB, no Palácio do Planalto, para acertar a partilha dos cargos do setor elétrico. O PMDB vai retomar o comando do Ministério de Minas e Energia, que deve ser entregue ao senador Edison Lobão (MA), e das principais estatais vinculadas à pasta, mas o preenchimento dos postos não seguirá o sistema de porteira fechada. Motivo: o risco de racionamento de energia fortaleceu a posição da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que lutou contra o loteamento político. O fantasma do apagão adicionou um ingrediente poderoso à disputa travada há oito meses entre Dilma e a direção do PMDB. Gerente do governo, a chefe da Casa Civil sempre foi contrária à indicação de Lobão - afilhado do senador José Sarney (PMDB-AP) - e tentou manter sob sua alçada o comando de empresas estratégicas, como Eletrobrás, Eletronorte e Eletrosul. O mapa das nomeações indica que Dilma teve de ceder à composição política, pois haverá trocas nas presidências das estatais. Mas, preocupado com o andamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a situação crítica dos reservatórios das hidrelétricas, Lula garantiu a ela que o PMDB não preencherá todos os cargos. Sua intenção é preservar vários postos da equipe técnica tanto na pasta de Minas e Energia - que já foi chefiada por Dilma - como nas empresas da área. Mesmo assim, a lista do PMDB inclui a substituição do presidente da Eletrobrás, Valter Cardeal - ligado a Dilma - por Astrogildo Quental, apadrinhado por Sarney. ?Eu advogava que cada partido da coalizão ficasse responsável por uma determinada área, mas isso não se deu?, afirmou o presidente do PMDB, Michel Temer. ?Apesar de não haver porteira fechada, é fundamental que os postos de direção de determinada empresa continuem com o partido que tem o ministro, podendo ser mantido um corpo técnico de produção.? As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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