Crise do Senado já provoca reflexos no CNJ, diz Mendes

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Por AE
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A sucessão de escândalos no Senado, deflagrada com a denúncia de que a Casa tomou centenas de decisões administrativas por meio de atos secretos, já provoca reflexos no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A avaliação é do ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). "Eu tenho a impressão de que essas dificuldades administrativas que são atribuíveis ao Senado têm prejudicado o seu funcionamento legislativo", declarou Mendes, que acumula a presidência do CNJ.O Senado não submeteu ainda ao crivo de seu plenário a escolha dos novos integrantes do órgão que tem a missão de fiscalizar o Judiciário. No último domingo expirou o mandato de 12 dos 15 conselheiros do CNJ, que, esvaziado, não pode deliberar sobre importantes resoluções que tratam do cotidiano dos tribunais. "São esses problemas existentes hoje que vêm sendo revelados pela mídia e que certamente devem estar afetando o funcionamento do Senado", disse o presidente do STF. "Temos tido também essas questões ligadas à CPI da Petrobras, CPI das ONGs, às dificuldades administrativas e políticas da Casa."A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado até já aprovou os nomes para a sucessão no CNJ, mas sem o aval do plenário o processo trava. São necessários 41 votos para consolidar as indicações. A indefinição arrasta-se há pelo menos dois meses. Estão acumulados na pauta do plenário do CNJ 3.606 processos já liberados para julgamento. A preocupação de Mendes é que, se não houver solução rápida, o Senado entrará em recesso e o CNJ correrá o risco de atravessar julho sem deliberações. Em São Paulo, onde participou de banca examinadora de tese de doutorado na PUC, o ministro mandou um recado aos parlamentares. "Esperamos que na semana que vem isso esteja realmente sanado e que em julho possamos ter atividade normal no CNJ, um colegiado que delibera inclusive sobre normas que regulamentam a vida do Judiciário." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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