Crime teria sido vingança, não canibalismo

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Por Liege Albuquerque e MANAUS
Atualização:

O assassinato do estudante Océlio Alves Carvalho, de 21 anos, no último dia 3, por cinco índios da etnia kulina teria sido uma vingança pela morte de um chefe da aldeia Cacau, no município de Envira (AM), em novembro. A afirmação é da médica alemã Christiane Tiss, que trabalha com índios em Eirunepé, cidade vizinha de Envira, a 1.245 quilômetros de Manaus. Segundo o delegado José Carlos Corrêa da Silva, o rapaz foi encontrado com o corpo mutilado. Parte de suas vísceras estariam em panelas. Em e-mail enviado a jornalistas, a médica afirmou que "a vingança é uma característica da etnia kulina, mas não o canibalismo". O delegado também trabalha com a hipótese de vingança. "Foi um assassinato brutal. O relato do canibalismo existe porque foi encontrada uma panela com pedaços do corpo do rapaz, mas foi ódio puro", disse. "A Fundação Nacional do Índio (Funai) lavou as mãos, não mandam ninguém para cá", protestou o delegado. A reportagem entrou ontem em contato com a assessoria de imprensa da Funai em Brasília, mas não obteve resposta.

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