Crescimento de Roseana muda debate entre PSDB e PFL

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Por Agencia Estado
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Aconteceu o que os estrategistas eleitorais do PSDB e do Palácio do Planalto mais temiam: o aumento substancial das intenções de voto para presidente da República da governadora do Maranhão, Roseana Sarney. A partir dos números divulgados pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), que encomendou a sondagem ao Instituto Sensus, deve mudar a qualidade do debate entre os partidos da base governista, especialmente entre o PFL e PSDB. A governadora do Maranhão já pode se considerar um fato eleitoral com alta probabilidade de se transformar num fenômeno se mantiver esse ritmo de crescimento do apoio na opinião pública. A consolidação do nome de Roseana em segundo lugar nas pesquisas estimuladas de intenção de voto pode ser questionada tecnicamente. É verdade, por exemplo, que os pesquisadores do Sensus captaram parte do efeito do programa de rádio e televisão que o PFL transmitiu na semana passada, tendo a governadora como figura central. Mas esse crescimento sobrevive ao questionamento político, pois é verdade também que efeitos desse tipo não se produzem se não há desempenho do ator político e se não existem expectativas quanto ao seu desempenho, plantadas na opinião pública. Se a construção de um candidato dependesse apenas de superexposição na mídia, seria simples para o PSDB, por exemplo, escolher um entre os seus vários pretendentes ao lugar do presidente Fernando Henrique Cardoso e lançá-lo para competir com o candidato da oposição, Luiz Inácio Lula da Silva, há quatro anos o favorito em todas as pesquisas. O caminho que a pesquisa CNT/Sensus começa a apontar é que a liderança da chapa governista na campanha do próximo ano pode não ser do PSDB, apesar do aparente consenso existente entre os partidos da base de apoio do governo de que essa liderança pertenceria aos tucanos. Com Roseana e seus quase 20% de intenção de voto, o PFL marcou um ponto que lhe dá, por ora, uma vantagem não trivial na construção da campanha aliada nas eleições gerais de 2002 e no debate para definir a cabeça da chapa.

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