CPMF: Viana quer fechar calendário da aprovação na 2ª

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Por EUGÊNIA LOPES E JOÃO DOMINGOS
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O presidente em exercício do Senado, Tião Viana (PT-AC), reúne-se com líderes partidários, na segunda-feira, para traçar um calendário que permita a aprovação até meados de dezembro da emenda à Constituição que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011. Com a licença de 45 dias do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado, o governo espera ser bem sucedido nas negociações com a oposição e com a base aliada para aprovar a contribuição. "Claro que com o Renan fora da presidência, o clima fica distensionado, desanuviado. Mas teremos muito trabalho para aprovar a CPMF", previu ontem a líder do PT, senadora Ideli Salvati (SC). "Com o Renan na presidência era praticamente impossível aprovar a CPMF. Agora, facilita um pouco a aprovação, mas o governo terá de negociar alguma coisa para que a contribuição seja aprovada", disse o senador Renato Casagrande (PSB-ES). Sem maioria folgada no Senado, o governo terá de convencer dissidentes da base aliada a votar favoravelmente à CPMF, além de cooptar votos da oposição. Com a saída de Renan da presidência do Senado, a oposição promete não obstruir mais as sessões da Casa. Mas tanto DEM quanto PSDB avisam que continuam contra a prorrogação do imposto sobre cheque. Além das dificuldades junto a base aliada, pelo menos três senadores governistas já anunciaram que vão votar a favor do parecer da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que será formalmente indicada nesta segunda-feira como relatora da CPMF na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Kátia Abreu anunciou que irá propor a extinção da contribuição. O senador Romeu Tuma (SP) afirmou que, mesmo depois de sair do DEM e ir para o PTB, vai votar contra o imposto. O mesmo caminho será seguido pelos senadores Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) e Pedro Simon (PMDB-RS), que chegaram a ser afastados pelo PMDB da CCJ por votarem contra contribuição. Na quinta-feira, ambos foram reintegrados à Comissão. "Voto contra a CPMF", sentenciou o senador Jarbas, que passa o fim de semana em Portugal. Os aliados querem negociar mudanças na emenda constitucional. É o caso de Renato Casagrande que admite ter dificuldades em votar a favor da prorrogação da contribuição, caso o governo não concorde em fazer alterações na proposta. "Quero, por exemplo, que sejam garantidos mais recursos para a Saúde'', afirmou o senador socialista. Na mesma situação está o PDT, outro aliado do Palácio do Planalto, que também quer compromisso do governo na redução de impostos. Só assim os senadores da sigla prometem votar a favor da CPMF. #ET

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