CPMF: Jucá diz que é preciso esperar a poeira baixar

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Por Marcelo de Moraes
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O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que não é possível definir imediatamente se haverá algum aumento de impostos da parte do governo para compensar as perdas de arrecadação provocadas pela queda da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Depois da derrota no Senado, Jucá afirmou que é preciso "esperar a poeira baixar". "Vamos avaliar a situação com calma. O governo vai fazer suas contas e ver qual é a melhor estratégia a adotar. Temos que ver quais serão os caminhos a serem adotados para diminuir o impacto pela perda da CPMF. Mas não dá para dizer ainda se vai haver alguma compensação tributária para repor as perdas da CPMF", disse, já na madrugada de hoje. Para Jucá, a explicação pela derrota foi simples: "faltaram votos. A gente precisava de 49 e só tivemos 45. Só isso", disse. "Nós não temos uma maioria folgada no Senado e com as defecções da base governista nós perdemos", avaliou, referindo-se aos sete senadores de partidos aliados que não apoiaram a proposta. Ele não concorda com a explicação de que o governo demorou muito para negociar seriamente com os partidos de oposição em torno de um acordo político que permitisse o apoio das bancadas do PSDB e do DEM. A oposição criticou, por exemplo, o fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter enviado apenas ontem ao Senado uma carta pedindo apoio para a proposta, agregado a outra carta de compromisso assinada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, propondo mudanças nas regras da CPMF. "As negociações não vieram tarde demais. O governo já vinha conduzindo essas conversas antes. Mas vamos, agora, procurar construir novamente as pontes com os partidos de oposição e ver o que é possível fazer", afirmou. Para Jucá, o estrago para o governo seria muito pior se a proposta que prorrogava a Desvinculação das Receitas da União (DRU) também tivesse caído. A DRU acabou recebendo até votos da oposição depois que Jucá conseguiu firmar um acordo político com DEM e PSDB, já de madrugada, para que ajudassem na votação em troca de não adiar mais a votação da CPMF. "A aprovação da DRU garante o superávit primário e o equilíbrio fiscal das contas públicas. Se tivesse caído também seria uma sinalização muito ruim até para o exterior. Toda derrota é ruim. E essa foi uma derrota difícil, complexa. Mas poderia ter sido até pior", avalia.

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