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CPI só começa a trabalhar na semana que vem

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Por Eugênia Lopes e BRASÍLIA
Atualização:

Depois de uma disputa pelo comando que durou duas semanas, a CPI mista que vai investigar o uso dos cartões corporativos só deverá começar a funcionar na semana que vem. Diante do impasse criado pelo PT da Câmara, que quer ficar com a presidência da CPI, abrindo mão da relatoria para o PSDB do Senado, o presidente do Congresso, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), deu prazo até terça-feira para que os partidos indiquem seus representantes na comissão. Mas nem o governo nem os senadores estão levando a sério a reivindicação da bancada petista da Câmara. "Sou de um tempo em que se brigava mais pela relatoria, que era considerada a mais importante em uma CPI", disse ontem o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. E observou: "Vai ter que ter a CPI para não ficar com cheiro de sem-solução.Tudo vai ser fiscalizado e o governo tem absoluto interesse nisso e que haja entendimento entre as duas Casas (Câmara e Senado), pois assim o resultado será melhor". Para evitar acirrar os ânimos, Múcio marcou para terça-feira reunião com os líderes do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS); no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR); e do PT na Câmara, Maurício Rands (PE). A idéia é tentar demover o PT da Câmara da proposta de ficar com a presidência da CPI. "Acho que deveríamos preservar o acordo inicial. Não dá para modificar a composição inicial, que já deu tanto trabalho. Faço um apelo para se acabar com essa discussão. Parece até uma briga menor", argumentou ontem Garibaldi Alves. "O acordo foi feito. O PT não cedeu nada. Foi o PMDB do Senado que cedeu a presidência à oposição", disse Jucá, mentor do entendimento entre governo e oposição para que a presidência da CPI ficasse com os tucanos. "O PT sempre foi contra esse acordo. Mas acho que não tem como retroceder agora", observou o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO). Para o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), a solicitação da bancada petista da Câmara tem por objetivo "postergar o início das investigações". "Houve um acordo. Não tem porque roer agora a corda", afirmou o tucano. Ele ameaçou exigir a instalação da CPI formada exclusivamente por senadores. A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) foi a indicada para presidir a CPI.

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