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CPI pode propor legalização dos bingos, diz relator

Por Agencia Estado
Atualização:

O relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse nesta terça-feira que, ao término de seus trabalhos, a comissão poderá propor a legalização dos bingos, porém com uma regulamentação "muito rígida" para impedir que a atividade continue sendo utilizada para lavagem de dinheiro, caixa 2 de campanhas eleitorais e formação de quadrilha. Garibaldi disse que essa regulamentação deverá corrigir a incoerência de dados quanto ao que os bingueiros dizem repassar para as atividades esportivas e ao que o setor diz receber. Segundo ele, a comissão dispõe de dados mostrando que, no ano passado, os bingos entregaram R$ 98 milhões para entidades desportivas no País, enquanto os clubes e outras entidades esportivas disseram ter recebido apenas R$ 18 milhões. "Ficou um buraco de R$ 80 milhões que ninguém sabe para onde foram", afirmou o senador. Já o presidente da CPI, senador Efraim Moraes (PFL-PB), disse que a proposta será encaminhada com todo o cuidado para impedir que venha a ser alvo de algum tipo de negociação com o setor. Entre as medidas que poderão ser adotadas, ele citou a realização de um plebiscito para saber se a população concorda ou não com a legalização dos bingos no País. Os dois senadores fizeram essas declarações após tomar depoimentos do presidente da Associação Brasileira de Bingos (Abrabin), Olavo Sales da Silveira, e do empresário de bingos Rui Manuel Mendes Francisco. Ambos negaram ter conhecimento da informação prestada pelo advogado Rogério Buratti, ex-assessor da prefeitura de Ribeirão Preto, à CPI de que o setor de bingos teria doado R$ 1 milhão para a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, em troca da legalização da atividade.

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