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CPI investiga chefe de gabinete de Magno Malta

Hazenclever Lopes Cançado está sendo investigado por suspeita de enriquecimento ilícito, com base em denúncia de uma pessoa que pediu para não ser identificada

Por Agencia Estado
Atualização:

O Conselho de Ética do Senado está investigando o chefe de gabinete do senador Magno Malta (PL-ES), Hazenclever Lopes Cançado, por suspeita de enriquecimento ilícito, com base em denúncia de uma pessoa que pediu para não ser identificada, informou nesta terça-feira, 12, o relator do processo contra Malta, senador Demóstenes Torres (PFL-GO). Em depoimento ao conselho, Lopes Cançado disse que sua mulher e as duas filhas são proprietárias de uma universidade de ensino a distância. O funcionário disse ainda que já teve a concessão de uma emissora de TV educativa em Minas Gerais. O chefe de gabinete revelou que, há dois anos, fez uma doação de cerca de R$ 80 mil às duas filhas, que tinham 17 e 20 anos, para que elas se tornassem sócias da universidade. "Recebemos a informação de que ele tem patrimônio incompatível com a renda. Para não sermos levianos, pedimos que ele encaminhe as declarações de Imposto de Renda ao conselho. É estranho constituir uma empresa em nome da mulher e das filhas, uma delas com apenas 17 anos. Quem deu as informações disse que acompanhou a evolução patrimonial dele e estranhou a maneira como enriqueceu", relatou Demóstenes Torres. O senador contou ainda que o informante insinuou que Lopes Cançado "operava em nome de outras pessoas" e que Magno Malta poderia estar entre elas. Demóstenes não pareceu disposto a poupar o senador. "Há provas diretas e indiretas. Uma série de estranhezas pode levar a conclusões desfavoráveis a quem é investigado. Se não forem esclarecidas, podem redundar em condenação. Mas ainda é muito precoce", disse o relator. O dono do carro O empresário Darci Vedoin, ao confessar a montagem de um esquema de pagamento de propinas para parlamentares em troca de emendas para venda de ambulâncias, disse que emprestou um carro, Fiat Ducato, a Malta, em troca da apresentação de emendas. O empréstimo do carro a Malta é um mistério que a CPI pretende esclarecer. "Está parecendo um pastelão mexicano", ironizou Demóstenes Torres. O carro já foi de propriedade do comerciante José Luiz Cardoso, do deputado Lino Rossi (PP-MT), outro suspeito de envolvimento com a máfia das ambulâncias; da VR Factoring, do empresário mato-grossense Valcir Piran, e de Querly Batistela. "Não sabemos nem se é homem ou mulher", disse Demóstenes.

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