CPI insiste em quebrar sigilo de Okamotto

A primeira tentativa foi suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal

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Por Agencia Estado
Atualização:

A CPI dos Bingos reapresentará esta semana um novo pedido de quebra de sigilo do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, a partir das suspeitas levantadas pelo ex-deputado Roberto Jefferson, em entrevista ao Estado publicada nesta domingo, na qual disse que "a ligação oficial de pagar as contas do presidente, da filha do presidente, se dá através de Okamotto". O ex-deputado afirmou que "Okamotto é o Fiat Elba, o elo perdido" e advertiu que" se quebrar o sigilo dele pode ficar muito ruim para o presidente Lula". Essa será a segunda vez que a CPI tenta quebrar o sigilo de Okamotto. A primeira tentativa, encaminhada pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MS), depois de aprovada, foi suspensa por decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, e confirmada depois pelo ministro Cezar Peluso, um dos ministros indicados pelo presidente Lula para o Supremo. "Até amanhã, nós vamos apresentar e votar um novo pedido de quebra de sigilo", informou o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). "Agora, o Supremo tem que liberar o sigilo de Okamotto. Se isso não acontecer o Supremo vai ficar muito mal". A assessoria jurídica da Comissão chegou a pensar em reformular o pedido já existente. "Nós estávamos pensando em recorrer ao pleno, mas pode ser que venhamos aprovar um novo pedido", disse o relator da CPI dos Bingos, Garibaldi Alves (PFL-RN) Mas como o risco de uma negativa pelo plenário do Supremo é muito grande, os senadores avaliam que o melhor caminho é a votação de um novo pedido, com uma nova argumentação e conteúdo. "Com essa nova quebra nós já podemos ir trabalhando os dados bancários do Okamotto", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Na decisão em que confirmou a impossibilidade de quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Okamotto, Cezar Peluso concluiu que a CPI não fixou o período de transferência dos dados. "É que sem tal delimitação temporal a quebra abrangeria toda a vida bancária e fiscal - e, até, telefônica, cuja pertinência com o objeto da investigação não parece muito nítida -, transformando-se numa devassa ampla, inútil, impertinente e inconcebível", disse o ministro.

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