CPI inicia reunião que votará acesso a gastos sigilosos de Lula

Acesso aos dados faz parte de um acordo do governo com a oposição para colocar em banho-maria a outra CPI

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Por Redação
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A CPI mista dos Cartões iniciou às 10h25 a reunião para votar o pedido de acesso a dados sigilosos de gastos da Presidência da República que fazem parte de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU). O acesso aos dados da Presidência faz parte de um acordo entre governo e oposição para dar uma sobrevida à comissão e para deixar em banho-maria a CPI exclusiva sobre o mesmo assunto no Senado. Outros 36 requerimentos estão na pauta, mas nenhum deles pede a convocação de ex-ministros dos governos Lula e Fernando Henrique Cardoso. Veja também: Entenda a crise dos cartões corporativos   Oposição fura o cerco e Dilma terá de explicar dossiê no Senado Dossiê FHC: o que dizem governo e oposição PF pede a governo dados sobre segurança da Casa Civil PF abre inquérito para apurar vazamento de dados de FHC Dossiê com dados do ex-presidente FHC  "Não se pode gerar uma falsa expectativa. É um recurso do governo para tentar evitar a CPI do Senado. A estratégia do governo é entregar as cabeças mais distantes do centro de poder e preservar os cardeais", afirmou ontem o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). "Não estou preocupado se a estratégia do governo é um expediente para barrar a CPI do Senado. O importante é que a CPI andou", disse o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). Pelo acordo, os documentos secretos que estão no TCU não serão enviados para a CPI mista. Uma comissão de parlamentares será formada para ir ao órgão analisar papelada. "Essa comissão terá acesso a todos os dados e notas que estão no TCU", afirmou o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ). A quantidade de documentos no TCU com gastos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é, no entanto, ínfima, pois o órgão faz auditorias por amostragem. O acordo entre governo e oposição foi fechado ontem pela manhã, antes do início da sessão da CPI mista. Além de permitir o compartilhamento de dados com a CPI, o governo também concordou com a criação de quatro subcomissões: fiscalização, sistematização, controle de mecanismos de auditoria e aprimoramento legislativo. Duas dessas sub-relatorias ficarão com a oposição, provavelmente sob o comando dos deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Índio da Costa (DEM-RJ). (Com Eugênia Lopes e Sônia Filgueiras, de O Estado de S. Paulo)

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