CPI em GO investiga novo presidente do PMDB

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Por Agencia Estado
Atualização:

No dia em que o senador Maguito Vilela (GO) tomou posse como presidente nacional do PMDB, seus conterrâneos aprovaram a abertura de uma CPI na Assembléia Legislativa de Goiás para investigar o uso irregular de R$ 3,6 milhões do Banco do Estado de Goiás (BEG), com o objetivo de quitar as despesas da campanha de Vilela ao governo do Estado, em 1994, e as dos senadores eleitos Íris Rezende (PMDB) e Mauro Miranda (PMDB). O caso, conhecido como Astro Gráfica, tramita na Justiça Federal e é apenas um dos escândalos que envolvem o nome do sucessor do presidente do Congresso, senador Jader Barbalho (PMDB-PA), no comando dos peemedebistas. "A CPI só quer esclarecer o caso e, talvez, até inocentar o senador", disse, com ironia, o autor do pedido, deputado estadual Rosiron Wayne (PSC). As investigações na Justiça sobre os desvio de recursos do banco apuraram a participação de cerca de 20 pessoas ligadas a empreiteiras, ao BEG e à TV Serra Dourada. Como Vilela tem foro privilegiado, é necessária a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para o investigar. O inquérito federal chegou ao STF em junho. Depois de dois meses, o ministro Moreira Alves mandou-o para apreciação do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro. Lá permanece, há nove meses, aguardando manifestação. O caso teve enorme repercussão em Goiás. Segundo a denúncia, em dezembro de 1994, depois da eleição de Vilela, Rezende e Miranda, o ex-diretor comercial do BEG, Walmir Martins, articulou empréstimo de R$ 3,6 milhões à Astro Gráfica - uma das empresas contratadas para fazer a campanha eleitoral do PMDB. O dinheiro foi liberado, mesmo com a recomendação contrária da área de crédito do banco - que informou que a gráfica tinha "lastro" para tomar emprestado, no máximo, R$ 73 mil - e serviu para pagar débitos de campanha. Conforme apurou o Ministério Público (MP), após a operação vir a público, os envolvidos viram-se pressionados a liquidá-la para abafar o caso. Desencadearam, então, outra operação ilegal para justificar a movimentação financeira, usando como "laranjas" Rivas Rezende da Costa, superintendente da TV Serra Dourada, e a Empreendimentos Gerais de Engenharia (Egesa). O esquema ainda envolveu o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) de Goiás.

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