O advogado Nelio Machado, que defende o banqueiro Daniel Dantas, será chamado para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos, de acordo com informação do deputado Raul Jungmann (PPS-PE), integrante da CPI que investiga abusos e distorções na interceptação telefônica. Machado denunciou sexta-feira à Procuradoria-Geral da República que é alvo de espionagem - sem apontar nomes, alega suspeitar de oficiais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e de agentes da Polícia Federal. Machado disse que foi seguido ou filmado em dois locais e em datas diferentes. A primeira em um restaurante japonês em Brasília, a outra no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Machado admite ter jantado no restaurante em junho, mas nega ter tido a companhia de assessores do ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que em julho despachou dois habeas-corpus para livrar Dantas da prisão. "Afirmo que não conheço os assessores do ministro", diz o advogado. A PF não se manifestou sobre a denúncia de Machado. A CPI retoma suas atividades amanhã, após o recesso das eleições. Os deputados pretendem ouvir novamente o delegado Protógenes Queiroz, que dirigiu a Operação Satiagraha até ser afastado depois de denunciar boicote por parte de superiores. A Satiagraha aponta o controlador do Grupo Opportunity como envolvido em esquema de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, corrupção e formação de quadrilha. Daniel Dantas nega a prática de crimes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.