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CPI dos Grampos quer ouvir Dantas, Nahas e Guskiken

Por Ana Paula Scinocca
Atualização:

A CPI dos Grampos na Câmara vota amanhã os requerimentos para a convocação do banqueiro Daniel Dantas, do investidor Naji Nahas e do ex-ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo). Os pedidos foram apresentados na última quinta-feira, dois dias depois de Dantas e Nahas terem sido presos pela Polícia Federal durante a Operação Satiagraha. Na avaliação de integrantes da comissão, os três requerimentos devem ser aprovados. Como o recesso parlamentar começa, oficialmente, na sexta-feira e dura 15 dias, a tendência é que, em caso de aprovação, os depoimentos sejam marcados apenas para a primeira semana de agosto. O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), autor dos pedidos de convocação, disse hoje que vai trabalhar para que a CPI funcione durante a folga dos parlamentares. "Vou provocar para que a CPI continue funcionando mesmo no recesso. Há precedente", lembrou, referindo-se às CPIs dos Correios, em 2005, e do Apagão Aéreo, no ano passado, que não tiveram suas atividades paralisadas durante o recesso. Como a convocação, para ser aprovada, tem de estar relacionada com o objeto da CPI, a saída encontrada será questionar o banqueiro Daniel Dantas sobre a contratação da empresa de investigação Kroll pela Brasil Telecom, que tinha Dantas entre seus controladores. A Kroll é suspeita de, a mando da BrT, ter grampeado integrantes do governo que estariam favorecendo os negócios da Telecom Italia, rival de Daniel Dantas. Fruet disse que a reportagem na edição de hoje do jornal O Estado de S. Paulo, mostrando que Dantas poderia ter contratado um coronel da reserva do Exército israelense (ex-funcionário da Kroll) para investigar juízes, só reforça a necessidade de convocação do banqueiro. "É mais um forte indício, o que reforça a necessidade de ele ser ouvido", afirmou. Já no caso de Nahas, a justificativa para a convocação é sua ligação com a Telecom Italia. Nahas diz ter atuado como consultor do grupo italiano, trabalho pelo qual teria recebido R$ 3 milhões. Em relação a Gushiken, a CPI quer ouvir o ex-ministro pelo fato de ele ter agido, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para evitar aproximação de Dantas com o governo. Na ocasião, o banqueiro disputava com fundos de pensão ligados a Gushiken o controle da BrT.

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