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CPI dos Grampos ouve Protógenes na quarta-feira

Delegado foi o responsável pela Operação Satiagraha, que investigou pessoas acusadas de crime financeiro

Por Ana Paula Scinocca e da Agência Estado
Atualização:

Depois do recesso do Congresso, a CPI dos Grampos na Câmara retoma seus trabalhos na quarta-feira com o depoimento do delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz. Responsável pelo inquérito que deu origem à Operação Satiagraha - que provocou a prisão, entre outros, do investidor Naji Nahas, do ex-prefeito Celso Pitta e do banqueiro Daniel Dantas -, Protógenes foi afastado pela cúpula da PF das investigações no mês passado. Veja também: Entenda como funcionava o esquema criminoso  As prisões de Daniel Dantas  Oficialmente, o delegado saiu de cena para realizar curso presencial superior da PF, iniciado no último dia 21. Mas é fato que houve descontentamento por parte do governo e de setores da PF com a maneira com que Protógenes conduziu os trabalhos da Satiagraha. A avaliação desses setores é que ocorreram excessos. A Satiagraha investigou pessoas acusadas de crime financeiro, como lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas e formação de quadrilha. O depoimento de Protógenes, marcado para as 14h30, é o mais aguardado desde que a CPI foi instalada, no final do ano passado. Com maioria na CPI dos Grampos - apenas oito dos 22 deputados que integram a comissão são da oposição -, não é das melhores a expectativa em relação ao depoimento de Protógenes. O governo chegou, inclusive, a manobrar para que o delegado da Satiagraha não comparecesse à CPI alegando não poder se ausentar de seu curso para falar ao Congresso. Por fim, na semana passada, o próprio Protógenes, confirmou segundo integrantes da CPI, sua ida à comissão. Trabalho da oposição Um dos principais defensores da ida de Protógenes à CPI - junto com o presidente da comissão, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), autor do requerimento de convocação do delegado -, o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), disse no domingo que a oposição terá de atuar para evitar que o governistas "desqualifiquem" o depoimento do delegado. "Temos que ter foco e descobrir, primeiro, se as escutas tiveram autorização judicial. A partir daí, é preciso saber se outras pessoas foram gravadas e se as gravações ocorreram também por ordem judicial ou decisão pessoal do delegado", afirmou Fruet. Na semana que vem estão previstos outros dois depoimentos. Na terça-feira, dia 12, será a vez do juiz da 6ª Vara Federal Criminal, Fausto Martins De Sanctis. Foi o magistrado o responsável pelos pedidos de prisão preventiva de Dantas, Nahas e Pitta. Inicialmente, o depoimento do juiz deveria ocorrer nesta quinta-feira. Mas a data teve de ser alterada em razão das atividades profissionais dele. Um dia depois de De Sanctis, na quarta-feira, dia 13, é esperada a presença de Dantas na comissão.

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