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CPI dos Fundos de Pensão vai analisar convocação de Wagner depois do carnaval

Conversas obtidas por investigadores da Operação Lava Jato no celular do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, indicam suposta atuação do ministro na intermediação de negócios entre a empreiteira e fundos

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Por Erich Decat e Igor Gadelha
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente da CPI dos Fundos de Pensão, deputado Efraim Filho (DEM-PB), informou nesta quarta-feira, 3, que o requerimento de convocação do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (PT-BA), deverá ser posto em votação no colegiado após o carnaval, na terça-feira, 16. Na ocasião, também deve ser colocado para deliberação o pedido de depoimento do ex-presidente da empreiteira OAS José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, um dos condenados por participação no esquema de corrupção da Petrobrás.

Uma reportagem publicada pelo Estado em janeiro, mostrou que conversas obtidas por investigadores da Operação Lava Jato no celular de Léo Pinheiro indicam suposta atuação de Wagner na intermediação de negócios entre a empreiteira e fundos de pensão. Há conversas diretas entre os dois e também de interlocutores do governo baiano, durante a segunda gestão Wagner (2011-2015), com executivos da empresa. Os investigadores suspeitam que parte das conversas trate de doações para a campanha petista na disputa pela prefeitura de Salvador.

O ministro da Casa Civil negou qualquer tipo de irregularidade em sua relação com a OAS Foto: Fabio Motta|Estadão

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“Os requerimentos serão colocados na terça-feira, dia 16”, ressaltou Efraim Filho. Com a previsão de a CPI encerrar as atividades no próximo dia 19 de março, o deputado disse que também pretende levar ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um pedido de prorrogação da comissão por mais 60 dias.

Tesoureiro. Na sessão desta quarta da CPI está previsto o depoimento do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que deverá permanecer calado. A oitiva de Vaccari deveria iniciar às 10 horas, mas foi adiada para o início da tarde, pois o voo particular que o traz de Curitiba, onde está preso, atrasou devido à neblina e à greve dos aeroviários. A autorização para que Vaccari fosse trazido a Brasília foi dada pelo juiz Sérgio Moro, que conduz os julgamentos dos envolvidos na Operação Lava Jato na primeira instância. No despacho, o magistrado pediu que a defesa do ex-tesoureiro do PT se manifestasse para, caso Vaccari fosse permanecer em silêncio, o presidente da CPI pudesse dispensá-lo.

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