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CPI dos Cartões tem 149 pedidos de parlamentares

Por Eugênia Lopes
Atualização:

No primeiro dia de funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investigará o uso dos cartões corporativos, os parlamentares da base aliada e de oposição apresentaram 149 requerimentos com pedido de quebra de sigilo e convocação de autoridades. Há pedidos para convocar desde o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), passando pelo ex-deputado José Dirceu (PT-SP), o ex-chefe da Casa Civil Pedro Parente, o economista Martus Tavares e o ex-ministro do Trabalho Paulo Paiva e até a atual chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Instalada 26 dias depois de ser lida solicitação com a criação no plenário do Congresso, a CPI dos Cartões Corporativos deixou explícito logo no primeiro dia de funcionamento que servirá de palco para uma batalha entre governistas e oposição. A base aliada esmerou-se em apresentar requerimentos para convocar tucanos e ex-autoridades do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Foi o caso do deputado Maurício Quintela Lessa (PR-AL) que pediu a convocação de Serra. Já o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que apresentou dez requerimentos, solicitou que o secretário estadual da Fazenda de São Paulo, Mauro Ricardo Machado Costa, compareça à CPI dos Cartões para prestar esclarecimentos sobre o uso do mecanismo no Estado. Teixeira também quer ouvir a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, para que ela apresente "a sistemática e os sistemas de controle adotados pelo Poder Judiciário". Os deputados Vic Pires Franco (DEM-PA) e Índio da Costa (DEM-RJ), que protocolaram 38 requerimentos, pediram a convocação de Dirceu, sob a alegação de que a comissão "é uma oportunidade para ele prestar esclarecimentos dos gastos do Poder Executivo", durante o período em que comandou a Casa Civil. Franco e Costa também solicitaram a convocação de Parente. Segurança Os deputados do DEM do Pará e do Rio também apresentaram requerimento convocando o segurança João Roberto Fernandes Júnior, que trabalha para Lurian Lula da Silva, filha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) não apresentou nenhum requerimento. "Se for o caso, mais tarde, depois de ouvido o segurança, poderemos convocar a Lurian", disse. Tanto governistas quanto oposicionistas protocolaram pedidos de convocação de ministros envolvidos diretamente no escândalo dos cartões corporativos. Há requerimentos, até mesmo assinados por petistas, para a convocação da ex-ministra de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial Matilde Ribeiro, que desencadeou todo o imbróglio. Também estão na lista os ministros dos Esportes, Orlando Silva, e especial de Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin, além dos funcionários e ecônomos que usaram cartão corporativo com gastos supérfluos. Na sessão marcada para amanhã de manhã, a CPI deverá aprovar a convocação do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, e da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, e do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Walton Rodrigues. Também será convocado Paiva, que comandou o Ministério do Planejamento, em 1998, data em que foram criados os cartões corporativos.

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