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CPI dos Bingos ameaça com prorrogação de 120 dias

Efraim Morais quer evitar interferência do governo para proteger "figurões"

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB) disse hoje que não vai aceitar manobras do governo "para proteger figurões que estiveram ou estão no governo" e tentar modificar o relatório final da comissão. "Se houver rolo compressor e o governo tomar uma atitude política, vamos responder com uma atitude política e prorrogar a CPI por mais 120 dias", disse o senador. Os governistas da CPI dizem que o relatório tem de ficar restrito aos temas dos Bingos e rejeitam pedidos de indiciamento como do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. A comissão foi impedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de analisar os dados da quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico do presidente de Okamotto, a CPI dos Bingos encontrou uma forma de pedir seu indiciamento: apontará as denúncias de que o amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva comandou, a partir de 1995, um esquema de desvio de dinheiro de prefeituras petistas para abastecer o caixa 2 do partido. Celso Daniel Os petistas também não aceitam a decisão do relator, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) de apontar motivação política para o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002. Embora não digam claramente que o PT apresentará um relatório paralelo, Efraim Morais teme que esse recurso seja usado de última hora pelos governistas. Ao chegar ao plenário da CPI, Efraim recebeu um abaixo-assinado entregue por funcionários de bingos, pedindo a legalização da atividade. Segundo os funcionários foram reunidas 500 mil assinaturas. Desde o fim da manhã, a CPI ouve o depoimento de Elza Buratti, ex-mulher do advogado Rogério Buratti, que denunciou o esquema de desvio de verbas em prefeituras petistas para montar o caixa 2 do PT durante a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. Indiciamentos podem passar de 70 A CPI foi criada no Senado para investigar a relação das casas de bingo com a lavagem de dinheiro e o crime organizado. Segundo técnicos da comissão, o número de indiciados pode passar dos 70. Só no caso da empresa de administração de loterias GTech, suspeita de pagar propina para fechar contratos com a Caixa Econômica, a CPI já pediu o indiciamento de 35 pessoas, no relatório parcial. Esses indiciamentos serão reforçados no relatório final. Caixa 2 A versão do relatório feita até agora dirá que não há dúvidas de que o PT usou caixa 2. Uma das formas foi a arrecadação ilegal de contribuição de prestadoras de serviço das prefeituras. O relatório deverá apontar também outro caminho. Dirá que há "forte indício" de que a campanha de Lula recebeu, em 2002, R$ 1 milhão de dois empresários de bingos angolanos, José Paulo Teixeira, o Vadinho, e Arthur Valente de Oliveira Caio.

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