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CPI do Proer vai investigar relações do BC com bancos privados

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Câmara dos Deputados Aécio Neves (PSDB-MG), comunicou nesta quarta-feira à Mesa Diretora que instalará, na próxima terça-feira, a Comissão Parlamentar de Inquérito encarregada de investigar as relações do Banco Central com os bancos privados, especialmente o programa de reestruturação do sistema financeiro (Proer). A notícia agradou os líderes dos partidos de oposição. Reunidos na noite de terça-feira para traçar a estratégia conjunta de ação, eles decidiram investir na CPI do Proer como forma investigar as ações do governo. Desconfiados de que o governo manobrava para centrar as atenções da Câmara em mais um inquérito contra o presidente licenciado do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), os adversários do governo resolveram reagir. A oposição está convencida de que o Palácio do Planalto acabou beneficiado pela avalanche de denúncias de corrupção envolvendo "esta estratégia de satanizar o Jader e esquecer o governo é um equívoco", pondera o líder do PT na Câmara, Walter Pinheiro (BA), ao argumentar que o governo transferiu toda a sua responsabilidade, em relação à corrupção, ao caso Jader. "Não podemos permitir que o Planalto continue ditando a agenda política", completa o líder do PDT, deputado Miro Teixeira (RJ). Os dois acreditam que a CPI do Proer vai começar investigando o socorro financeiro aos bancos Econômico, Nacional e Bamerindus, e vai acabar no caso mais recente do FonteCindam, objeto de uma proposta de CPI específica derrotada pelo governo. Os líderes de oposição consideraram "muito estranha" a aprovação "súbita", pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, de um projeto de resolução para criar uma CPI proposta em 1990. O objetivo desta CPI é investigar a venda de imóveis e licitações do Ministério da Previdência na gestão Jader Barbalho. "O assunto Jader está na moda, mas já o Senado já está cuidando disto", ressalta Walter Pinheiro. "Esta CPI é burra, porque o objetivo do inquérito no Congresso é enviar os resultados ao Ministério Público e ele já está sendo investigado pelo Ministério Público", emenda Miro Teixeira.

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