CPI do DNIT pode atrasar nomeação de Pagot

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Por Brasília
Atualização:

Sem conseguir até agora um acordo político que permita a aprovação pelo Senado da indicação de Luiz Antônio Pagot para comandar o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), o governo poderá enfrentar mais dificuldades ainda nos próximos dias, quando voltar a discutir o assunto. Tudo porque o senador Mário Couto (PSDB-PA) decidiu começar a recolher assinaturas entre os senadores para tentar abrir uma comissão parlamentar de inquérito para investigar supostas irregularidades nas atividades do órgão. No seu requerimento, Couto se baseia no relatório apresentado na semana passada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre obras com irregularidades. Dos 77 empreendimentos nos quais o TCU encontrou problemas graves e recomendou paralisação dos trabalhos e suspensão dos repasses de verbas federais, 21 deles estão a cargo do DNIT. Couto chegou a ocupar a tribuna do plenário para defender a instalação da CPI e cobrar dos colegas, incluindo os da bancada governista, que assinassem o pedido de abertura da comissão. "Isso não pode ficar assim. Vamos instaurar a CPI do DNIT. Vamos parar, estancar a corrupção no DNIT. Está aí a minha luta", afirmou o senador. PROBLEMAS Para o governo, a proposta de instaurar uma CPI dificulta ainda mais a aprovação de Pagot, já complicada. Ele foi indicado para o cargo pelo governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, e entrou na cota de nomeações políticas do PR (antigo PL), uma vez que o DNIT é considerado uma poderosa autarquia, pela capacidade de gerir obras na área dos transportes. Além disso, até senadores do DEM, como Jayme Campos e Jonas Pinheiro, ambos de Mato Grosso, têm se empenhado pela aprovação de Pagot, já que são ligados politicamente a Maggi, além de terem vínculo com o indicado. Pagot trabalhou no gabinete de Pinheiro e é suplente de Campos. Sua indicação tem sido contestada fortemente pelo PSDB e por integrantes de outros partidos de oposição porque ele trabalhou no gabinete de Pinheiro ao mesmo tempo em que ocupava função em empresa da iniciativa privada. Pagot argumenta que apresentou justificativa para adotar esse procedimento. A idéia do governo, agora, é tentar aprovar a sua indicação na próxima semana. Será a terceira tentativa. Na semana passada, a oposição obstruiu a votação duas vezes seguidas.

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