CPI do BEC pode convocar Tasso e Ciro

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os presidenciáveis Tasso Jereissati (PSDB), governador do Ceará, e o ex-ministro Ciro Gomes (PPS) poderão ser ouvidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá apurar, na Assembléia cearense, denúncias de irregularidades no Banco do Estado do Ceará (BEC). O deputado João Alfredo Telles Melo (PT), autor do pedido da CPI, não descarta a possibilidade. De acordo com ele, Tasso teria, no mínimo, "pecado por omissão, uma vez que ele era governador, o banco era estadual e ele não adotou as providências necessárias". Apesar de não haver nenhuma denúncia envolvendo o período em que Ciro era governador do Ceará, João Alfredo avalia que, no desenrolar das investigações, poderão surgir fatos novos indicando a necessidade do ex-ministro também ser ouvido. O deputado petista informou que, em 1996, ele próprio participou, juntamente com a bancada do PT na Assembléia, de uma audiência com Tasso na qual o governador foi informado das possíveis "falcatruas" no BEC e, mesmo assim, na época, teria hipotecado solidariedade ao então presidente do banco, José Monteiro de Alencar. A CPI investigará apenas o período entre 1995 e 1998, gestão de Alencar, anterior à federalização do banco. O líder do governo na Assembléia, Moésio Loiola (PSDB), havia entrado com um pedido para que o período fosse ampliado até 1964, quando o banco foi fundado. O pedido foi julgado inconstitucional pela Procuradoria Jurídica da Assembléia. Loiola disse que vai entrar com recurso no plenário da Assembléia para ter seu pedido aceito. Para João Alfredo, Loiola estaria tentando inviabilizar a CPI uma vez que seria impossível investigar os 37 anos do banco. Os deputados querem apurar, entre outras denúncias, empréstimo de R$ 954,22 milhões, contraído pelo Governo do Ceará junto à União, em 1998, para sanear o BEC antes da federalização; concessão de créditos em desrespeito às normas do banco a pessoas físicas com vínculos familiares com diretores do BEC; e doações feitas pelo Estado e BEC, antes da federalização, a uma entidade privada; e operações com imóveis com preços acima do mercado. O BEC também está sendo investigado pelo Ministério Público Federal. De acordo com o procurador regional da República, José Gerim Mendes Cavalcante, autor da denúncia, os primeiros interrogatórios estão marcados para os dias cinco e nove do próximo mês. Tasso foi procurado por meio de sua assessoria de imprensa, mas não deu retorno.

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