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CPI do Banespa convoca Malan e Ciro

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banespa pretende ouvir na próxima terça-feira o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o pré-candidato do PPS à Presidência da República e ex-ministro da Fazenda, Ciro Gomes, para explicarem o processo de intervenção realizado no banco estadual em 29 de dezembro de 1994, último dia útil da gestão de Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP), hoje presidente da CPI, como governador de São Paulo. Malan e Ciro foram convocados por serem, respectivamente, na época da intervenção, presidente do Banco Central e Ministro da Fazenda. No entanto, eles poderão ser dispensados de seus depoimentos se utilizarem o mesmo argumento que o deputado Júlio Semeghini (PSDB-SP) usou hoje para dispensar o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira e o empresário Gregório Marin Preciado, entre outros, de seus depoimentos. O pedido de Semeghini, acatado pelo presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Efraim Morais (PFL-PB), foi de que a CPI só pode investigar a administração do Banespa pelo BC durante o Regime de Administração Especial Temporária (Raet), ocorrido de 29 de dezembro de 1994 a 24 de dezembro de 1997. "Acredito que o Malan e o Ciro devem prestar depoimento, porque esse argumento não é válido. Como poderemos investigar a época da Raet se não sabemos o que aconteceu antes?", defendeu o relator da CPI, Robson Tuma (PFL-SP).Amanhã (23/5), a CPI terá uma reunião fechada em que ouvirá cerca de dez investidores que adquiriram ações do Banespa durante períodos de oscilações dos papéis no mercado financeiro. Acusações Fleury e Tuma acusaram hoje o Banco Central de ter realizado uma gestão suspeita e fraudulenta do Banespa no período da Raet. Segundo eles, em agosto de 1995, a diretoria do Banco Central se reuniu para alterar o balanço do Banespa do ano anterior. "Funcionários confirmaram que a junta de administração do Banespa foi pressionada a mudar o balanço, que saiu de um patrimônio líquido positivo de R$ 1,3 bilhões para um negativo de R$ 4 bilhões", mencionou Fleury. "Temos provas, como a ata da reunião do BC que exigiu a mudança do balanço, para comprovar essa acusação. Obtivemos também os balanço preliminar, positivo, e o alterado", complementou, sem apresentar os documentos. Fleury culpa a administração do BC de lançar "incorretamente" os débitos totais do Estado de São Paulo em 1994 como créditos duvidosos, o que teria revertido o balanço do banco. O presidente da CPI diz que a motivação para tal medida partiu do interesse do governo federal de privatizar o Banespa. "o Persio Arida declarou na CPI que a intervenção tinha o claro objetivo de privatizar o banco", relatou, citando o ex-presidente do BC. "Não adiantava fazer nada para manter o Banespa nas mãos do Estado de São Paulo porque a privatização era a única meta do governo federal", disse Fleury.

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