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CPI das Milícias quer ouvir deputados Itagiba e Magessi

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Por PEDRO DANTAS
Atualização:

A CPI das Milícias da Assembléia Legislativa do Rio decidiu hoje, por unanimidade, convidar os deputados federais Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) e Marina Magessi (PPS-RJ) para prestar esclarecimentos sobre a acusação de envolvimento deles com milicianos. Eles foram citados na semana passada pelo vereador Nadinho (DEM) e pelo presidente da Associação de Moradores da Favela Gardênia Azul, o bombeiro Cristiano Girão - apontados como milicianos pela Polícia Civil - como os políticos que foram apoiados por chefes de milícias e fizeram campanhas em favelas controladas pelos grupos paramilitares nas eleições de 2006. "A ação da milícia em Jacarepaguá (Zona Oeste) é de conhecimento público e o inspetor Félix Tostes (chefe da milícia em Rio das Pedras na época e assassinado em 2007) era lotado no gabinete da Chefia da Polícia Civil. O vereador Nadinho disse que o candidato do Félix era o então secretário de Segurança Pública, Itagiba. São informações graves, que precisam ser debatidas, " disse o presidente da CPI das Milícias, deputado Marcelo Freixo (PSOL). Freixo afirmou ainda que o vereador e o bombeiro afirmaram que não houve enfrentamento às milícias durante a gestão de Itagiba na Segurança Pública e que os grupos "agiam tranqüilamente naquela área". O deputado Marcelo Itagiba informou, por meio de nota distribuída pela sua assessoria de imprensa, que está à disposição da CPI "para relatar as medidas de combate às milícias e ao tráfico de drogas por ele determinadas no período em que ocupou o cargo de secretário de Segurança Pública do RJ e oferecer o seu apoio à iniciativa da CPI de buscar o fortalecimento das ações contra as duas formas de organização criminosa." Já a deputada Marina Magessi entrou em contato com Freixo e marcou seu depoimento para terça-feira, às 10h. "Abri mão do meu foro privilegiado e irei depor em sessão aberta. Não tenho nada a esconder", declarou a parlamentar. Ela admite que esteve em Rio das Pedras uma vez, na ocasião do aniversário do inspetor assassinado de quem era amiga, mas nega ter feito campanha eleitoral na favela. Depoimentos Hoje, o vereador Luiz André Fonseca da Silva, o Deco, e o sargento da Polícia Militar Luís Monteiro da Silva, o Doen, negaram envolvimento com a milícia, mas caíram em contradições várias vezes sobre as atividades econômicas e sociais que exercem em Jacarepaguá. Investigados pela Polícia Civil em inquéritos que apuram quatro homicídios e grilagem de terras, os dois são apontados como chefes da milícia na região da Praça Seca. Recentemente, eles brigaram e dividiram o domínio das favelas locais, segundo a polícia. O sexto dia de ocupação do Exército em favelas da Zona Oeste transcorreu sem incidentes. Amanhã a operação que visa garantir eleições limpas, ocupará as favelas da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado, na Zona Sul do Rio.

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