CPI da Petrobrás deve ser instalada hoje

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Por Eugênia Lopes
Atualização:

Quase dois meses depois de ter sido criada, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) - que pretende apurar eventuais irregularidades na Petrobrás e na Agência Nacional do Petróleo (ANP) - deverá ser instalada hoje, mas só vai começar funcionar em agosto, depois do recesso parlamentar. Com o aval de parte da oposição, os líderes dos partidos governistas estudam não eleger hoje o presidente da comissão, nem indicar o relator. Esta é a quarta tentativa de instalação da CPI. "É uma manobra protelatória não eleger o presidente. É um tiro no pé porque quanto mais adiarem, mais vão empurrar a CPI para perto do período eleitoral", disse ontem o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), ao explicar que o inquérito tem o prazo de 180 dias, que pode ser prorrogado. Quando a CPI for instalada, Dias apresentará 25 requerimentos com pedidos de envio de documentos do Tribunal de Contas da União (TCU) e a convocação do diretor de Comunicação da Petrobrás, Wilson Santarosa, e da ex-secretária da Receita Federal, Lina Maria Vieira. Além da CPI da Petrobrás, o Conselho de Ética do Senado poderá ser instalado hoje. O governo indicou parlamentares para o conselho a fim de blindar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Do total de 15 integrantes, dez são aliados de Sarney. Na CPI da Petrobrás, o governo tem oito do total de 11 votos. Os líderes governistas vão se reunir para definir a estratégia de funcionamento da comissão. Um dos cotados para presidir a CPI é o senador João Pedro (PT-AM). O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), poderá ser o relator. A oposição pretende lançar o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL) para a disputa da presidência do inquérito. Collor é da base aliada, mas os oposicionistas acreditam que ele terá comportamento independente no Palácio do Planalto.

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