CPI da Covid recebe diretora da Anistia Internacional e epidemiologista Pedro Hallal nesta quinta

Inicialmente, estava prevista para hoje a oitiva do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, que será remarcada

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Por Redação
Atualização:

A CPI da Covid ouve nesta quinta-feira, 24, a diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, que também é representante do Movimento Alerta, e o epidemiologista e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Pedro Hallal. Críticos das posições adotadas pelo governo Bolsonaro no enfrentamento à pandemia, a dupla deve abordar dados sobre as mortes por covid-19 no País e falar sobre a relevância das medidas não farmacológicas no enfrentamento à crise sanitária.

Inicialmente, os depoimentos da dupla estavam previstos para amanhã, mas foram antecipados pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM). Com a decisão, a oitiva do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, prevista para hoje, será remarcada.

A diretora da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, e o epidemiologista Pedro Hallal. Foto: Foto: Geraldo Magela/Agência Senado e Nauro Junior/Estadão

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Os requerimentos para os depoimetos de hoje são de autoria do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL). Em relação a Jurema, o senador classifica sua participação como “necessária” para subsidiar os membros da comissão com informações e esclarecimentos vinculados ao seu objeto de investigação.

O Movimento Alerta é formado por entidades da sociedade civil, como Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Oxfam Brasil, Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), Anistia Internacional Brasil e Arquidiocese de São Paulo, e trabalharam na consolidação de dados e informações acerca das mortes ocorridas durante a pandemia.

O objetivo do convite a Hallal, segundo o requerimento do relator, é "debater, entre outros temas, a relevância das medidas não farmacológicas, como isolamento, máscara e álcool em gel, no enfrentamento à pandemia".

Em março deste ano, o epidemiologista foi denunciado à Controladoria-Geral da União (CGU) após criticar a atuação do presidente Bolsonaro no combate à pandemia. Em acordo com a CGU, ele assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em que se compromete a cumprir o Estatuto do Servidor Público, que proíbe "manifestações de apreço ou desapreço no recinto da repartição", mas afirma que o episódio não vai impedi-lo de expressar suas opiniões "exatamente da mesma forma como as emitia antes desse processo”.

Ainda sem nova data marcada, o depoimento de Filipe Martins à comissão marcará o retorno do auxiliar do presidente Jair Bolsonaro ao Senado após gesto supremacista durante audiência na Casa.

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O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Filipe G. Martins Foto: Nilton Fukuda/Estadão

No início do mês, Martins foi denunciado pelo Ministério Público Federal pelo gesto com conotação racista feito com a mão durante uma sessão do Senado. A Procuradoria diz que Martins "apresenta padrão de comportamento e difusão de ideias ou símbolos extremistas" e sustenta que ficou ‘evidente’ que o assessor agiu de forma intencional e ‘tinha consciência do conteúdo, do significado e da ilicitude do seu gesto’.

Com o adiantamento dos depoimentos, na sexta-feira, 25, serão ouvidos o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, Luis Ricardo Fernandes Miranda, servidor do Ministério da Saúde que disse ter relatado ao presidente Bolsonaro a pressão atípica e a suspeita de irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin.

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