
28 de outubro de 2009 | 19h39
Como os áudios estão protegidos por segredo de Justiça, o conteúdo não foi divulgado para a imprensa. Lara saiu da reunião se dizendo surpreso e entristecido com as "coisas graves" que escutou. A oposição foi mais enfática: "Percebe-se claramente o conluio de agentes públicos com empreiteiros para fraudar licitações e para obtenção de dividendos financeiros", relatou a presidente da comissão, Stela Farias (PT), sem dar detalhes como nomes e conteúdo dos diálogos.
"Os áudios apontam para a formação de uma superquadrilha com ramificações em várias áreas, montada para praticar crimes contra o Estado", destacou Daniel Bordignon (PT). "Com a desarticulação do esquema do Detran pela Polícia Federal, os mesmos agentes reorganizaram-se em torno das licitações públicas, agregando outros protagonistas", afirmou.
A fraude do Detran, descoberta em 2007, desviou R$ 44 milhões da autarquia. A Operação Solidária, da Polícia Federal, ainda em andamento, já teria detectado irregularidades próximas dos R$ 300 milhões.
O relator da CPI, Coffy Rodrigues (PSDB), considerou as audições promovidas pela oposição como "um circo político" e acusou Stela de não respeitar o sigilo e de pinçar das 3,5 mil páginas dos inquéritos da Operação Solidária "somente o que lhe interessa". Também prometeu não comparecer a sessões extraordinárias como a desta quarta-feira. "Não sou relator da presidente Stela e sim da comissão; não vou ser pautado por ela, a minoria não vai mandar na maioria", ressaltou.
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