CPI da Corrupção "não existe", ataca FHC

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Por Agencia Estado
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O presidente Fernando Henrique Cardoso disse hoje à tarde, em entrevista coletiva, que não teme que sua imagem seja atingida por causa da participação do governo na derrubada da CPI da Corrupção. "Não tenho por que temer a questão de imagem. Sou presidente eleito e reeleito pelo povo, e o pedido era de formação de uma CPI que não existe, pois somos nós que estamos combatendo a corrupção dentro do governo", disse ao descer até a portaria do prédio para acompanhar a amiga Wilma Motta, viúva do ex-ministro Sérgio Motta. Para o presidente, a oposição não faz o jogo democrático ao vincular o fim da CPI à imagem do governo. "Foi a executiva do PFL que pediu aos deputados que retirassem as assinaturas da lista da CPI", disse. Fernando Henrique voltou a dizer que seu governo foi o único a atacar a corrupção. "Eliminamos a corrupção na reforma agrária; na educação; com o caso da compra superfaturada de merenda escolar; na saúde; com a compra de medicamentos; no Ministério das Comunicações; com a concessão de rádios e TVs pelo presidente e, mais recentemente, com a extinção da Sudam e da Sudene", afirmou. O presidente atribuiu recente pesquisa do Ibope, segundo a qual a corrupção aumentou nos últimos anos na esfera federal, ao fato de o assunto ser tratado de forma transparente em seu governo. "E ficou mais visível porque eu fiz ser visível, mas os corruptos só foram parar na cadeia no meu governo." Fernando Henrique admitiu ter adotado uma posição mais combativa em relação à oposição. "Estou reagindo fortemente porque são indignas, da parte deles (oposição), as acusações que vêm sendo feitas contra o governo. E eles falam de um lado e eu devolvo", afirmou. O presidente afirmou também que a intenção da oposição parece ser o início do debate sucessório da eleição presidencial do próximo ano. "Mas ainda é cedo para discutir esse assunto." Hoje, o presidente reuni-se em sua residência com o ministro da Saúde, José Serra, e o secretário-geral da Presidência, Aloysio Nunes Ferreira. Eles não quiseram falar com a imprensa ao chegar ao local.

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